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União Desportiva Cariense

Fundação: 1977
Localidade: Caria, Belmonte
Modalidade: Futebol e Futsal
Casa: Campo de Santo Antão / Pavilhão Gimnodesportivo Municipal de Caria

Com sede na vila de Caria, o Cariense é uma das coletividades desportivas mais importantes do seu concelho, esteve largos anos em competição no campeonato distrital de futebol, e mais recentemente apostou no futsal, onde foi campeão distrital várias vezes, competindo há já alguns anos nos campeonatos nacionais.

O futebol em Caria começou na década de 20, quando um grupo de jovens carienses se juntaram para começar a representar a localidade em partidas de futebol contra outras equipas da região, foi então que esta equipa de Caria decidiu construir um próprio campo, o jogo inaugural aconteceu em 1924 e teve como adversário o "Grupo Desportivo Cova da Beira", do Fundão, o campo era já conhecido como campo de Santo Antão, situado ao lado da capela homónima, nos arredores da vila. Nos anos seguintes o futebol continuou através de outras equipas, como o "Foot-ball Club Cariense", que na década de 40 teve uma grande atividade desportiva, em jogos contra várias equipas da zona.

É já no pós-25 de Abril que se constitui legalmente em Caria a primeira colectividade desportiva, no dia 7 de Outubro de 1977 nasce assim a "União Desportiva Cariense", fruto de um grupo de jovens da terra que vinham praticando futebol de forma amadora, e que criaram um clube para poderem inscrever a equipa nas competições federadas na época de 1977/78, tanto que o Cariense logo no mês seguinte à sua fundação realiza o seu jogo de estreia no campeonato distrital de futebol, nessa temporada a equipa tem uma boa prestação, terminando a meio da tabela. Na época seguinte, o Cariense acaba o campeonato nos últimos lugares, e vê a sua equipa ser relegada para a recém criada 2.ª Divisão Distrital, patamar onde competiu nas duas temporadas seguintes. Em 1981/82 a equipa sagra-se vice-campeã distrital da 2.ª Divisão, e consegue a subida para a divisão principal do distrito, onde se manteria a competir nas décadas seguintes.

Os resultados do Cariense foram sendo cada vez melhores, e a equipa começou a afirmar-se no distrital, em 1984/85 alcança o 3.º lugar no campeonato e em 1986/87 sagra-se vice-campeã distrital, em virtude de nessa altura se ter dado um alargamento do número de equipas no Campeonato Nacional da Primeira Divisão, as restantes divisões abaixo tiveram também de incluir mais equipas, o que fez com que tivessem de subir aos nacionais mais equipas dos campeonatos distritais sem ser só os campeões, com o Cariense a beneficiar de ter sido segundo classificado, e assim subir à III.ª Divisão Nacional na época de 1987/88, nessa que foi a primeira e única participação do clube numa prova nacional, visto que a equipa haveria de terminar em último lugar da sua série e ser relegada de novo para o distrital. Nas épocas seguintes a equipa continuou a ser um dos principais candidatos ao titulo, sagrando-se vice-campeã distrital nas épocas de 1988/89 e 1989/90.

Na temporada de 1990/91 o Cariense ainda consegue o 3.º lugar e conquista o seu primeiro titulo ao vencer a Taça de Honra, nos anos seguintes obtém boas classificações no cimo da tabela, mantendo-se em competição durante toda a década de 90 no campeonato distrital até abandonar o futebol sénior em 1999/2000. Nesse ano de paragem o clube dedicou-se apenas ao futebol de formação, onde já vinha tendo equipas nos anos anteriores. O futebol sénior regressa a Caria logo na época de 2001/02, agora com a equipa a ter de começar por baixo, na 2.ª Divisão Distrital, onde no ano do seu regresso consegue uma posição a meio da tabela. O objectivo do clube era voltar ao patamar principal, onde tinha competido durante tantos anos, e esse objectivo acabou por ser conseguido na época de 2002/03, com o Cariense a sagrar-se campeão distrital da 2.ª Divisão, numa grande campanha onde lutou pelo titulo até ao fim com o vizinho Belmonte. Porém o regresso à 1.ª Divisão Distrital pouco durou, mesmo tendo conseguido posições cimeiras nos dois anos seguintes, a época de 2004/05 foi mesmo a última do Cariense no futebol, que por questões financeiras suspendeu a modalidade.

Seguiu-se uma nova fase, com o Cariense a apostar no futsal, modalidade onde já tinha tido uma equipa sénior feminina, que nas épocas de 1999/2000 e 2000/01 competiu no campeonato distrital (com um curto regresso em 2015/16). Na temporada de 2006/07 dá-se a estreia da equipa sénior masculina no distrital, e anos nos seguintes uma aposta também em algumas equipas nas camadas jovens. A equipa sénior foi conseguindo modestas posições nos primeiros anos de competição, até que na época de 2009/10 atinge pela primeira vez a fase de play-off de apuramento do campeão, classificando-se em 3.º lugar. Inicialmente o Cariense realizava os seus jogos caseiros no pavilhão de Belmonte, visto que a construção de um pavilhão em Caria, que era uma obra à muito aguardada, ainda estava longe de se concretizar. Em Dezembro de 2010 é finalmente inaugurado o Pavilhão Gimnodesportivo Municipal de Caria, infraestrutura hà muito esperada na vila, e que veio permitir ao Cariense a possibilidade de realizar os seus jogos em casa, assim como expandir a sua academia de futsal com cada vez mais equipas nos escalões de formação.

A nova casa veio trazer sucesso à equipa, após nova presença no play-off em 2010/11, o Cariense acaba por se sagrar campeão distrital de futsal em 2011/12, titulo que dava acesso à subida da equipa para os campeonatos nacionais, porém o clube teve de recusar a sua presença nos nacionais por não ter apoios financeiros suficientes por parte da autarquia de Belmonte, sendo que essa recusa foi punida pela Federação Portuguesa de Futebol com dois anos de suspensão das provas nacionais. Como o Cariense queria manter o clube vivo e em atividade, inscreveu a equipa novamente no campeonato distrital, e acabou por vencer outra vez o campeonato na época seguinte, desta vez apesar de já ter apoios financeiros, o clube estava impedido de subir em virtude da punição que lhe tinha sido imposta. Na temporada de 2013/14 o mesmo se repete, com a conquista de mais um titulo, o Cariense tornava-se num insólito tri-campeão distrital, troféu ao qual juntou ainda a Taça de Honra desse ano.

Desta vez o clube já estava em condições de subir, e a equipa estreia-se na II.ª Divisão Nacional de Futsal na temporada de 2014/15. A equipa conseguiu manter-se nos campeonato nacionais durante alguns anos, lutando pelos lugares cimeiros, até que em 2020/21 acabou por não conseguir a manutenção tendo sido relegado para os distritais. De volta ao distrital o Cariense fez a "dobradinha", ao conquistar o campeonato e a taça de honra porém acabou por não a conseguir a subida na fase de acesso os nacionais, mas após o incumprimento dos requisitos por parte de outras equipas para participar na prova, o Cariense foi convidado a subir e assim regressou à III.ª Divisão. No entanto a equipa acabou por não conseguir a manutenção sendo de novo relegada para o distrital.

O Cariense é já uma bandeira do futsal na região, onde para além da equipa sénior tem também camadas jovens em vários escalões. Pelo seu passado no futebol, e o seu presente no futsal, é um dos históricos do desporto no concelho de Belmonte, e a principal coletividade da vila de Caria.


Outros emblemas referenciados:

Emblema do Foot-ball Club Cariense

Sporting Clube da Covilhã

Fundação: 1923
Localidade: Covilhã 
Modalidade: Futebol e Futsal
Casa: Estádio Municipal José Santos Pinto / Pavilhão Desportivo N.º 1 da UBI

O Sporting da Covilhã é o clube de futebol mais bem sucedido do distrito de Castelo Branco e um dos mais antigos, tendo marcado presença na Primeira Liga durante várias épocas, e numa final da Taça de Portugal. Tem sido presença regular nas competições profissionais durante muitos anos, sendo uma das principais bandeiras da cidade da Covilhã e de toda a região da Beira Interior.

Na cidade da Covilhã, terra com um grande passado industrial na área dos lanifícios, começaram a surgir os primeiros clubes desportivos nos inícios da década de 20, já o futebol caminhava para uma popularidade que se ia alastrando por todo o país, o entusiasmo por este desporto levou a que fossem formadas algumas equipas, como "Montes Hermínios Sport Club", "Victória Luso Sporting", "União Desportiva da Covilhã" ou o "Estrela Foot-ball Club", este último que em 1923 por uma grande ligação que existia entre alguns dos seus elementos com figuras do Sporting de Clube de Portugal, veio a dar origem ao "Sporting da Clube da Covilhã", como filial oficial N.º 8 do clube lisboeta.

O então denominado campo da Várzea era o terreno usado pela maioria das equipa covilhanenses para os jogos amigáveis, mais tarde deu-se a construção de um campo de jogos na cidade, chamado Campo do Alto do Hospital, que teve como grande impulsionador José dos Santos Pinto, tendo mais tarde o Sporting da Covilhã, a titulo póstumo, dado o seu nome ao campo em jeito de homenagem, que se mantém até aos dias de hoje. Os primeiros anos do clube no futebol foram em partidas amigáveis contra outras equipas da cidade e da região, visto que no distrito ainda não existia nenhuma competição oficial, para colmatar essa lacuna, no inicio de 1936 os clubes da cidade decidiram organizar a "Liga de Futebol da Covilhã", disputada entre si. Ainda nesse ano viria a ser criada a Associação de Futebol de Castelo Branco, da qual o Sp. da Covilhã foi um dos dez clubes fundadores, a primeira prova oficial realizada foi a Taça de Castelo Branco, disputada apenas entre o Sport Lisboa e Castelo Branco e o Sp. da Covilhã, com os serranos a levarem a melhor. Na época de 1936/37 dá-se inicio ao Campeonato Distrital de Castelo Branco, que o Sp. da Covilhã viria a dominar por completo, conquistando o titulo nas primeiras onze edições da prova, de 1936/37 até 1946/47.

Nessa altura, como o número de clubes em competição no campeonato distrital era menor, as próprias competições tinham uma curta duração, pelo que as equipas campeãs distritais competiam simultaneamente no distrital e na II.ª Divisão Nacional na mesma temporada, o Sp. da Covilhã foi assim ficando conhecido a nível nacional pelas suas prestações, tendo na época de 1947/48 se sagrado campeão nacional da II.ª Divisão, e assim conseguiu a subida para o principal patamar do futebol em Portugal, a Primeira Divisão, onde viria a competir nos anos seguintes. A jogar entre os maiores clubes nacionais, o Sp. da Covilhã foi conquistando o seu espaço, com ajuda financeira de alguns dos industriais da cidade, e da grande dedicação dos dirigentes do clube, o Covilhã conseguiu bater-se de igual para com as outras equipas, contado também com a vantagem da localização do seu campo, nas alturas da Serra da Estrela, e pelas baixas temperaturas, que era considerado por muitos como o campo mais difícil de visitar. As melhores classificações da equipa foram o 6.º lugar nas épocas de 1949/50, 1950/51 e 1951/52, e um 5.º lugar em 1955/56, a sua melhor classificação de sempre na Primeira Divisão, ficando logo atrás de Sporting, Belenenses, Benfica e Porto.

Na época de 1956/57, a equipa termina o campeonato em 13.º lugar, acabando assim por ser relegada para a II.ª Divisão, no entanto nessa mesma temporada o clube atingiu um dos maiores feitos desportivos da sua história, ao chegar à final da Taça de Portugal, com brilhantes prestações ao longo da prova, como a eliminação do Porto nos quartos-de-final, já na final no Estádio do Jamor, o Covilhã acabou por perder o troféu para o Benfica, numa derrota por 3-1, mas que deixou uma boa imagem da formação covilhanense. Já com o mérito desportivo que veio a conquistar ao longo dos anos, o Covilhã partia para a época de 1957/58 como um dos favoritos à vitória na II.ª Divisão, onde de facto veio a sagrar-se campeão, e assim marcar o seu regresso à Primeira Divisão. Longe das prestações de anos anteriores, mas com a mesma garra que sempre o caracterizou, o Covilhã conseguiu manter-se entre os grandes do futebol nacional, mas ao fim de quatro épocas a equipa viria novamente a descer para a II.ª Divisão, patamar onde jogou nos anos seguintes, e de onde viria a descer para a III.ª Divisão Nacional em 1968/69. 

Os anos que se seguem são de alguma instabilidade a nível competitivo, fruto também da grave crise que o sector têxtil atravessava, este que era um dos principais patrocinadores do clube, com a equipa a oscilar entre a II.ª e III.ª Divisões, até se estabelecer no segundo escalão no final da década de 70. Após alguns anos a lutar pelos lugares cimeiros, o Covilhã finalmente consegue o seu objectivo em 1984/85, ao ser vice-campeão da II.ª Divisão e conseguir assim a subida à Primeira Divisão, mais de vinte anos após a sua última presença naquele escalão. A época de 1985/86 trouxe o Covilhã de regresso ao convívio com os grandes, numa temporada em que a equipa não conseguiu atingir a manutenção, tendo sido despromovida após ficar em último lugar. Logo na época seguinte o Covilhã sagra-se campeão da II.ª Divisão, e consegue uma nova promoção para a Primeira Divisão, mas o regresso ao campeonato nacional não seria muito bom a nível de resultados, com a equipa a terminar em último lugar e a descer novamente de divisão, nessa que seria a sua última temporada no principal escalão do futebol português.

Em 1990 foi criada a Liga de Honra, um campeonato de carácter profissional que passaria a ser o segundo escalão, substituindo a II.ª Divisão que passaria a ser conhecida como II.ª B, no entanto o Sporting da Covilhã não conseguiu marcar presença na estreia da Liga de Honra, ficando a apenas um ponto da subida. O clube passou assim quase toda a década de 90 a competir na II.ª Divisão B, e chegou até a cair na III.ª Divisão em 1992/93. Apenas na temporada de 1996/97 o clube faz a sua estreia na Liga de Honra, mas desce de divisão logo nesse ano. Em 1998/99 sagra-se campeão nacional da II.ª Divisão B e regressa de novo à Liga de Hora, de onde volta a ser despromovido. O Covilhã passaria os próximos anos a lutar por se estabelecer no futebol profissional, com algumas descidas e subidas de divisão, contando com mais algumas presenças na Liga de Honra em 2002/03, 2003/04 e 2005/06, tendo conquistado por duas vez o título de campeão nacional da II.ª Divisão B em 2001/02 e 2004/05.

Entretanto o Estádio Municipal José dos Santos Pinto já vinha a acumular alguma degradação das suas infraestruturas ao longo dos anos, e a equipa teve de se mudar para o recém inaugurado Complexo Desportivo da Covilhã, nesta sua nova "casa" viria a jogar nos nove anos seguintes. Em 2014 por vontade dos sócios do clube, foi aprovado o regresso da equipa ao mítico Estádio Santos Pinto que recebeu obras de beneficiação para poder estar apto a receber jogos das competições profissionais, o Covilhã regressava assim a um estádio histórico onde tantos sucesso teve no passado.

Mas nem só de futebol viveu o clube, na época de 2008/09 o Sporting da Covilhã aposta pela vez numa equipa sénior de futsal, e estreia-se no campeonato distrital. Após um 3.º lugar na primeira temporada, a equipa é vice-campeã no ano seguinte, e em 2010/11 acaba mesmo por vencer o campeonato distrital, juntado-lhe a conquista da Taça de Honra, fazendo assim a "dobradinha" distrital. Em 2011/12 o Covilhã disputa a III.ª Divisão Nacional de Futsal, onde as coisas não correram tão bem, a equipa acaba no penúltimo lugar, nessa que foi a sua última temporada, com o clube a optar por suspender a modalidade.

Continuando com o futebol, em 2007/08 o Covilhã sagra-se vice-campeão da II.ª Divisão B e consegue uma nova subida para a recém nomeada Segunda Liga, uma subida definitiva, visto que a equipa se conseguiu estabilizar de vez nesta patamar, onde se manteve durante quinze épocas, pelo meio teve altos e baixos, desde épocas em que lutou pela manutenção até à última jornada, e outras em que chegou a liderar o campeonato ficando muito perto de subir para a Primeira Liga, como por exemplo a grande campanha da época de 2014/15 que terminou com a equipa no 4.º lugar.

Destaque ainda para a equipa "B" do Sporting da Covilhã, que se estreou no campeonato distrital de Castelo Branco em 2015/16, uma equipa que tinha como objectivo principal dar oportunidade aos juniores e outros jogadores menos utilizados, e que acabou mesmo por ganhar o campeonato distrital e ser finalista da Taça de Honra, mas após criticas de outros clubes do distrito, que condenavam a subida do Sp. Covilhã "B" aos nacionais por este usar jogadores profissionais, e assim estar em vantagem em relação às outras equipas, o clube acabou por terminar com a equipa "B", e regressaria apenas com este projecto na época de 2019/20, mantendo os objectivos de progressão dos jogadores jovens. O futebol de formação tem também sido uma aposta do clube covilhanense, com equipas em todos os escalões e a conquista de alguns títulos a nível distrital

Na época de 2022/23, no ano em que comemorava o seu centenário, e depois de uma temporada menos conseguida, o Sporting da Covilhã acabou por descer de divisão, após quinze anos consecutivos a competir na Segunda Liga, onde a era a equipa que há mais anos se encontra neste escalão, sendo relegada para a Liga 3.

Pela sua enorme história, o Sporting da Covilhã é sem sombra de duvida o maior clube de futebol da região, conta ao todo com quinze presenças na Primeira Liga e já leva largos anos de presenças no futebol profissional, sendo por isso a equipa mais representativa do distrito de Castelo Branco.

Sport Benfica e Castelo Branco

Fundação: 1934
Localidade: Castelo Branco
Modalidade: Futebol
Casa: Estádio Municipal Vale do Romeiro

O Benfica e Castelo Branco é o principal clube da cidade capital de distrito, onde é uma das equipas mais antigas em competição, com várias décadas nos campeonatos nacionais incluindo uma passagem pelo futebol profissional. Tem levado o nome de Castelo Branco um pouco por todo o país, não só com a equipa sénior mas também nas camadas jovens, sendo a principal colectividade desportiva da sua cidade.

A génese do atual Sport Benfica e Castelo Branco remonta a Fevereiro de 1934 quando foi fundado na cidade um clube denominado "Onze Vermelho Albicastrense". Ao contrário do que tem sido escrito ao longo dos anos, o Onze Vermelho Albicastrense não foi criado a 24 de Março de 1924, data essa que está até hoje associada à fundação do clube, a realidade é que essa data de fundação é de outro clube. No inicio da década de 20 foi criado na cidade, um clube denominado "Sport Lisboa e Castelo Branco", que então era já uma delegação oficial do Sport Lisboa e Benfica, este clube foi criado por um grupo de jovens benfiquistas e entusiastas do futebol, desporto então em crescimento, e do qual já se ouviam noticias vindas da Covilhã, onde algumas equipas o praticavam. Os primeiros anos não foram fáceis, a falta de um campo na cidade fazia com que as partidas amigáveis, contra outros clubes que iam aparecendo, se tivessem de realizar em plena Devesa, no centro da cidade. Depois de em 1926 inaugurar uma sede própria, em 1927 o clube decide construir um campo a expensas suas, deu-se então a compra de um terreno para o efeito, mas como o clube ainda não estava legalizado teve de o fazer, e recorrendo aos estatutos do próprio SL Benfica, é nesse ano registado no Governo Civil a "Delegação da Associação de Recreio «Sport Lisboa e Benfica»" com sede em Castelo Branco. O campo chegou a ser inaugurado num jogo entre as equipas do Sport Lisboa e Castelo Branco e o Sacavenense, que os albicastrenses venceram por 3-0.

Este Sport Lisboa e Castelo Branco terá existido durante mais alguns anos, até desaparecer por volta de 1930, mas como a paixão dos jovens albicastrenses pelo Benfica e pelo futebol ainda se fazia sentir, foi em Fevereiro de 1934 criado o "Onze Vermelho Albicastrense", na altura filial N.º 30 do Sport Lisboa e Benfica, este clube sim se pode considerar o verdadeiro fundador do atual SBCB, porque o mesmo nunca esteve inactivo e foi-se modificando ao longo dos anos até se tornar no atual Benfica e Castelo Branco, sendo por isso 1934 o verdadeiro e legitimo ano da fundação do clube.

O Onze Vermelho Albicastrense fez parte duma grande onda de aparecimento de equipas na cidade, nesse mesmo ano nascem também o Grupo Desportivo da Associação Académica Albicastrense, o Sporting Clube de Castelo Branco, o Clube de Futebol «Os Albicastrenses» entre outros. O Onze Vermelho ia realizando jogos amigáveis, tanto na cidade como fora. O desenvolvimento desportivo na cidade e na zona norte do distrito levou à reunião de alguns clubes para a criação da Associação de Futebol de Castelo Branco em 1936, sendo o Onze Vermelho Albicastrense um dos seus dez fundadores. Em Junho desse ano foi aprovado em assembleia geral do clube a mudança de nome para "Sport Lisboa e Castelo Branco", uma das razões apontadas para esta alteração deveu-se à conotação política que palavra "vermelho" tinha num período em que em Portugal vigorava o fascismo, dai que o próprio Benfica em Lisboa ficou conotado como "encarnado" para evitar o uso da palavra "vermelho", muito associada ao comunismo.

A primeira prova organizada pela recém criada AFCB é a Taça de Castelo Branco, disputada a duas mãos entre o Sporting da Covilhã e o Sport Lisboa e Castelo Branco, em que os covilhanenses levariam a melhor. Na época de 1936/37 tem inicio o campeonato distrital de futebol, dividido em duas séries, a Zona Norte para as equipas da Covilhã e a Zona Sul para as de Castelo Branco, e o mesmo contou com a participação do Sport Lisboa e Castelo Branco, que nos anos seguintes seria presença regular na prova. Na temporada de 1937/38 o Castelo Branco vence a sua série e disputa o jogo de atribuição de campeão distrital, contra o vencedor da zona norte, o Sp. da Covilhã, que acabaria por vencer, apesar disso o Castelo Branco como finalista distrital ganharia também acesso a jogar na II.ª Divisão Nacional ainda nessa mesma época. Nessa altura subia mais que uma equipa para os nacionais, onde existia uma série só para a Beira Baixa, o que fez com que o Castelo Branco mesmo nunca se tendo sagrado campeão distrital, tivesse tido algumas presenças na II.ª Nacional, isto até à temporada de 1946/47.

Já desde 1946 que havia a ideia de criar um clube mais forte em Castelo Branco, sem preferências clubísticas e capaz de ombrear com os melhores do distrito, para isso foi feita uma proposta por parte do Sport Lisboa e Castelo Branco ao Sp. de Castelo Branco e aos «Albicastrenses», com vista a uma fusão dos três principais clubes da cidade, «Os Albicastrenses» terá rejeitado a proposta tendo desaparecido pouco depois, já o Sp. Castelo Branco ao que tudo indica terá aceite a fusão, sendo assim o Sport Lisboa e Castelo Branco altera em 1948 a sua denominação para "Associação Desportiva de Castelo Branco", dando inicio a esse protejo de um clube único e mais unido na cidade. Logo na temporada de 1948/49 a AD Castelo Branco aparece a competir na II.ª Divisão Nacional, ocupando a vaga do seu antecessor Sport Lisboa e Castelo Branco. Esta equipa ainda terá durado mais uns anos, jogou nos nacionais até à época de 1951/52, mas os fracos resultados e prestações da equipa demonstravam que o projecto da criação de um "grande" clube na cidade tinha fracassado, pelo que foi decidido em assembleia geral voltar a adoptar a sua designação anterior, e assim em 1952 altera o nome para "Sport Benfica e Castelo Branco" que se mantém até hoje. Por curiosidade, este nome foi registado da forma errada, porque sendo o clube uma filial oficial do SL Benfica, o seu nome deveria ter respeitado os estatutos do clube, que determinavam que os nomes das suas filiais seriam "Sport (nome da cidade) e Benfica", tendo Castelo Branco ficado colocado de maneira inversa.

Já como Benfica e Castelo Branco a equipa regressa de imediato à competição, e a mudança de nome parece ter trazido sorte, visto que o clube parte para uma década de 50 cheia de sucesso desportivo, competindo simultaneamente todas as épocas no campeonato distrital e na III.ª Divisão, o clube sagra-se campeão distrital por várias épocas consecutivas, nomeadamente: 1953/54, 1954/55; 1955/56; 1956/57, 1957/58 e 1958/59, afirmando-se como uma das equipas dominantes do futebol distrital, visto que por essa altura o Sporting da Covilhã apenas disputava o Campeonato Nacional da 1,ª Divisão. Na temporada de 1959/60, o Benfica e Castelo Branco conseguiu atingir um dos pontos mais altos da sua história, ao sagrar-se pela primeira vez campeão nacional da III.ª Divisão, o jogo da final disputou-se em Leiria contra o Sacavenense tendo os albicastrenses ganho por 2-1.

Seguiram-se três temporadas da equipa a disputar a II.ª Divisão Nacional, na primeira delas, em 1960/61, o Benfica consegue a sua melhor classificação, conquistando um 4.º lugar, na época seguinte fica-se pelo meio da tabela, e depois em 1962/63 acaba mesmo por terminar o campeonato em penúltimo lugar sendo relegada para a divisão inferior. A temporada de 1963/64 tem o Benfica e Castelo Branco a disputar não só a III.ª Divisão Nacional como também o campeonato distrital, onde acaba por se sagrar campeão, num ano em que apenas teve a equipa do Minas da Panasqueira como adversário, visto que o distrital atravessava nessa década uma crise com a falta de participantes, que levou a que a competição não se realiza-se em alguns anos.

O clube acabaria por competir na III.ª Divisão até à temporada de 1965/66, ano em que foi despromovido para o campeonato distrital. O problema é que agora a FPF apenas permitia a participação na III.ª Divisão a equipas vencedoras do respectivo campeonato distrital, o distrital de Castelo Branco já não tinha sido realizado no ano anterior por falta de equipas, e em 1966/67 também não se iria realizar pelo mesmo motivo, tendo a equipa ficado uma temporada sem competição. Na época de 1967/68 apenas haviam três equipas inscritas (incluindo o Benfica e Castelo Branco) para disputar o campeonato distrital, mas pelo regulamento, o campeonato só se podia realizar com um número mínimo de quatro participantes, e como o Benfica queria voltar à competição e não ficar mais um ano parado, um grupo de sócios do clube decidiu, a poucos meses do início da prova, criar um novo clube chamado "Desportivo de Castelo Branco". para assim perfazer o número de equipas necessárias para que o distrital se realizasse. O Benfica e Castelo Branco acabou por ver assim cumprindo o seu propósito, e terminou a temporada em primeiro lugar do campeonato distrital, a apenas dois pontos do segundo classificado, que era precisamente o Desportivo de Castelo Branco, no entanto o tiro saiu pela culatra aos "encarnados", pelo que a má inscrição de um jogador seu (no caso o guarda-redes que não tinha a 4.ª classe obrigatória), levou à desclassificação da equipa do Benfica, que teve assim de voltar jogar no campeonato distrital na temporada seguinte.

Em 1968/69 o clube cumpre finalmente o seu objectivo, sagra-se campeão distrital e sobe para a III.ª Divisão, um regresso da equipa ás provas nacionais após alguns anos afastada, no entanto os resultados não corresponderam e o clube acaba depois por terminar o campeonato no último lugar e descer novamente para o distrital. O Benfica e Castelo Branco seguiu para a sua fase mais longa no campeonato distrital, com a equipa a lutar todos os anos pelo titulo mas a ficar-se sempre pelo 2.º lugar, só em 1973/74 haveria ser campeã distrital e subir para os nacionais. Mas a sorte parecia não querer sorrir às "águias beirãs", de novo na III.ª Divisão, a equipa termina novamente nos lugares de descida para o distrital. Na época seguinte (1975/76) a estadia no distrital foi curta, a equipa é de novo campeã e volta a subir para os campeonatos nacionais, patamar onde se manteria durante as décadas seguintes e até aos dias de hoje.

A equipa conseguiu estabelecer-se nos anos seguintes no campeonato nacional da III.ª Divisão, garantindo a manutenção nas primeiras épocas e obtendo cada vez melhores resultados, em 1978/79 fica em 3.º lugar da sua série e na temporada seguinte em 2.º lugar, posição que lhe valeu a subida para a II.ª Divisão Nacional, quase vinte anos depois da sua última presença neste escalão. Simultaneamente o clube mantinha desde há alguns anos camadas jovens em vários escalões, tendo na sua equipa muitos jovens albicastrenses, nesta altura o clube já era um dos mais representativos do distrito, levando o nome de Castelo Branco por todo o país. Nas temporadas seguintes o Benfica manteve-se a competir na II.ª Divisão, tendo sido despromovido para a III.ª Divisão na época de 1984/85, foi neste escalão que a equipa competiu nos anos que se seguiram, em 1988/89 consegue o 2.º lugar e a respectiva subida de divisão, até que houve uma reestruturação das competições nacionais, que culminou com a criação da Liga de Honra (Segunda Liga), o que fez com que fosse necessário preencher o campeonato com mais equipas da II.ª Divisão (que adiante passa a ser conhecida como II.ª Divisão B), e o Benfica e Castelo Banco mesmo tendo ficado em 5.ª lugar da sua série, foi promovido para disputar o recém criado campeonato profissional da Liga de Honra.

Foi a mais alta presença da equipa de Castelo Branco no futebol nacional, por essa altura foi também assinado um protocolo entre o Vitória de Guimarães e o Benfica e Castelo Branco, em que este passava a ser o seu clube satélite, com a cedência de vários jogadores que vieram a contribuir muito para a prestação da equipa albicastrense, que na sua época de estreia na Liga de Honra em 1990/91, alcançou a sua melhor classificação de sempre com um 5.º lugar, a equipa chegou a liderar o campeonato durante algumas jornadas tendo perdido a corrida pelo titulo nas rondas finais. Nas épocas seguintes os resultados não foram tão animadores, o clube obtém o 15.º lugar e no ano seguinte o 18.º posto com a conseguente descida para a II.ª Divisão B, terminava assim a breve passagem dos albicastrenses pelo futebol profissional.

Nas décadas seguintes o clube continuou a ser uma das equipas mais regulares dos nacionais, com algumas descidas e subidas, oscilando ao longo dos anos entre a II.ª Divisão B e a III.ª Divisão, nesta última destacam-se os títulos alcançados em 2000/01, 2003/04, 2.º lugar em 2006/07 e novo titulo em 2011/12, tendo o Benfica e Castelo Branco o recorde de títulos nesta prova, em empate com a equipa do Grupo Desportivo de Bragança, com quatro campeonato conquistados ao todo. Entretanto foi criado o Campeonato de Portugal numa fusão entre as antigas II.ª B e III.ª Divisão, patamar onde o Benfica passou a competir. Nesta nova prova destaca-se a brilhante campanha que a equipa de Castelo Branco fez na época de 2013/14, onde esteve muito perto de subir à Segunda Liga, após dominar a sua série e passar ao play-off de subida, onde acabou por perder o jogo decisivo.

É inegável o grande trajecto desportivo que este clube tem feito ao longo da sua história, sendo considerado um dos grandes do futebol no distrito, a equipa mantém-se a competir no Campeonato de Portugal na esperança de um dia poder regressar à Segunda Liga. A par do futebol, outros desportos mereceram destaque no clube, como o atletismo, o andebol e mais recentemente o futsal feminino, onde teve uma equipa no campeonato distrital nas épocas de 2014/15 e 2015/16. Para além disso o futebol de formação é também uma aposta do clube que tem equipas em todos os escalões com várias presenças nos campeonatos nacionais. Atualmente é a filial n.º 7 do Sport Lisboa e Benfica e uma das filiais mais conhecidas em Portugal. O Benfica e Castelo Branco é um clube com uma grande história e que já conquistou um lugar merecido entre os grandes da região.

Grupo Desportivo da Mata / Associação Académica da Universidade da Beira Interior

Fundação: 1961
Localidade: Covilhã
Modalidade: Futsal
Casa: Pavilhão Desportivo N.º 1 da UBI

O Grupo Desportivo da Mata é uma das históricas colectividades desportivas da cidade da Covilhã, principalmente no futsal, sendo pioneira no concelho, numa modalidade onde atingiu o mais alto patamar a nível nacional, para além do grande trabalho que sempre desenvolveu nas camadas jovens.

Este clube nasceu da vontade de um grupo de jovens covilhanenses, que aproveitando o canto das janeiras, resolveu com o dinheiro angariado formar um grupo desportivo para a prática do futebol, tendo inicialmente proposto dar-lhe o nome de "Grupo Desportivo Os Hermínios". Começaram por comprar umas camisolas e uns calções, e pediram emprestado um espaço de uma casa particular para se poderem equipar, assim começaram os primeiros jogos de futebol desta equipa. Um dia aproveitando a vinda à cidade do Conde da Covilhã e a sua família, que moravam numa quinta ali perto, resolveram deslocar-se a sua casa a fim de angariarem alguns fundos e ao mesmo tempo convidar o Conde e a sua filha para apadrinhar o Grupo Desportivo, tendo o mesmo baptizado o grupo com o seu nome definitivo, "Grupo Desportivo da Mata", uma vez que se encontravam na encosta da serra, rodeados de muito mato.

Foi então que um grupo de homens mais adultos resolveu tomar conta dos destinos do clube, e com o passar dos anos o mesmo foi-se desenvolvendo cada vez mais. O futebol era a modalidade principal, praticado de forma amadora, e mais tarde com o apoio da Câmara Municipal da Covilhã foi possível a construção de um ringue polidesportivo e uma sede própria, situados junto ao estádio Santos Pinto. O GD Mata alargou depois a sua atividade desportiva com a criação de uma secção de atletismo, voleibol e ténis de mesa, ao mesmo tempo que fomentou a prática do futebol de 5, modalidade então em crescimento. A equipa do GD Mata participava regularmente em torneios, em 1988 venceu o tradicional torneio de futebol de salão organizado pelo Clube Académico do Fundão. A modalidade começou a ficar cada vez mais popular não só na região mas também em todo o país, o que levou à criação dos campeonatos distritais, tendo o GD Mata sido uma das equipas que competiu no primeiro campeonato distrital de futebol de 5, organizado na época de 1992/93 pela Associação de Futebol de Castelo Branco.

O sucesso foi imediato e o Mata sagrou-se campeão distrital nessa mesma época, este titulo levou a equipa a subir para a II.ª Divisão Nacional da modalidade, onde conseguiu obter um grande resultado terminado nos primeiros lugares da tabela e assim alcançar nova subida, agora para a 1.ª Divisão Nacional de Futebol de 5, um enorme feito para o clube que, em poucos anos passou de praticar futebol de 5 de forma amadora, para jogar contra os grandes clubes nacionais. Na sua estreia no campeonato nacional (em 1994/95), o GD Mata conseguiu termina em 8.º lugar, classificando-se em 7.º nas duas épocas seguintes, O clube conseguiu manter-se neste patamar durante alguns anos, representado a Covilhã e a região por todo o país, tendo ganho prestigio a nível nacional, com vários convites para torneios internacionais, a equipa era convidada frequentemente para fazer parte da pré-época do Sporting, então a melhor equipa de Portugal na modalidade, e adversário do GD Mata no campeonato nacional. Porém, na época de 1997/98 a equipa acabou por não conseguir a manutenção e foi relegada para a II.ª Divisão Nacional, os resultados continuaram a não ser muito favoráveis nos anos seguintes, na temporada de 2000/01 a equipa desce para a III.ª Divisão Nacional, e no ano seguinte acaba por descer novamente, regressando assim para o campeonato distrital, era o final de uma fase áurea do GD Mata no futsal nacional, onde esteve quase uma década em competição.

De novo no distrital, o Mata vinha como grande favorito à conquista do titulo, numa equipa composta na sua maioria por jovens formados no clube, que desde os anos 90 apostava também nas camadas jovens. No entanto, e apesar de ter lutado pelo campeonato até ao final, acabou por não conseguir o titulo. Na temporada de 2002/03 o Mata acabou por conseguir o seu principal objectivo ao sagrar-se campeão distrital de futsal, exactamente dez anos após a conquista do seu primeiro titulo, e iria assim subir novamente para a III.ª Divisão Nacional. Apesar do sucesso desportivo, a equipa sénior de futsal acabou por ser descontinuada no final dessa temporada, uma das principais razões foi a falta de um pavilhão próprio com condições para disputar as competições nacionais.

A equipa começou por competir no pavilhão desportivo da Universidade da Beira Interior, mas a grande afluência do mesmo, que era usado para várias outras modalidades, levou o GD Mata a ter de encontrar outra alternativa, passou depois a realizar os seus jogos caseiros no pavilhão do Teixoso, até em meados dos anos 2000 ser inaugurado o pavilhão N.º 2 da UBI, que veio tirar alguma sobrecarga ao outro pavilhão que passou a ser o N.º1, mesmo assim não foi suficiente, e apesar do GD Mata ter voltado a jogar na Covilhã, já há muito que o clube vinha a reclamar um pavilhão gimnodesportivo próprio onde para além do futsal pudesse desenvolver outras atividades, o pavilhão cujas obras chegaram a avançar, acabou por não ser concretizado por falta de verbas da parte do estado, sendo essa a principal razão para a desistência da equipa sénior de futsal, que tinha acabado de se sagrar campeã distrital, e que iria assim disputar a III.ª Divisão Nacional. O clube continuou apenas com as camadas jovens de futsal, que vinha já tendo, com a conquista de alguns títulos a nível distrital.

Nos anos seguintes, e a par de outras modalidades desportivas e eventos culturais e sociais que o grupo sempre foi realizando, o futsal de formação continuou com equipas de juvenis e júniores nos campeonatos distritais, até que em 2009 por desentendimentos relativos a questões financeiras com a AFCB, o Mata se vê forçado a suspender o futsal, não inscrevendo qualquer equipa em provas federadas, regressando ao futsal de formação apenas na época de 2011/12 com uma equipa de juvenis. Nas épocas seguintes o Mata continuou ativo no futsal de formação, até em 2014 surgir o projecto conjunto com a Associação Académica da Universidade da Beira Interior que levou à criação do "GD Mata / AAUBI", uma academia de futsal que unia os meios e esforços das duas coletividades, com o intuito de dar uma melhor continuidade ao futsal jovem na Covilhã.



Fundação: 1988
Localidade: Covilhã
Modalidade: Futebol e Futsal
Casa: Complexo Desportivo da Covilhã / Pavilhão Desportivo N.º 1 da UBI

A Associação Académica da Universidade da Beira Interior foi fundada em 1988, com o grande objectivo de dar voz ao corpo estudantil da universidade que representa, sendo responsável por um vasto leque de iniciativas académicas ou que envolvam os seus estudantes, estando entre elas o desporto. Desde a sua fundação o desporto foi uma das suas principais bandeiras, colaborando com os vários núcleos que iam existindo na universidade. Há que mencionar a existência de uma equipa sénior de futebol composta inteiramente por estudantes da universidade, que na época de 1992/93 participou no campeonato distrital sob a designação de "Centro Desportivo Universitário da Beira Interior", e que obteve bons resultados tendo terminado o campeonato a meio da tabela. Na temporada de 1993/94 a equipa da UBI teve ainda uma participação no campeonato distrital do então futebol de cinco, atualmente futsal.

No entanto assim que foi regulamentado o desporto universitário, a própria UBI começou a participar nos campeonatos universitários com equipas em vários desportos, entre eles o futebol masculino e o futsal masculino e feminino, onde nestas últimas categorias obteve grandes resultados, desde títulos a nível nacional até internacional. Na temporada de 2012/13 a AAUBI inicia o projecto de uma academia de futsal para jovens entre os 12 e 16 anos, que compreende os escalões entre os infantis e os juvenis, com o objectivo de reforçar a ligação entre a comunidade académica e a comunidade local. Na época de 2013/14 vem juntar-se ás equipa da academia de futsal, uma equipa sénior feminina, esta composta por jovens estudantes da universidade, e que nessa temporada acaba por se sagrar campeã distrital, a equipa teria continuação na época seguinte, mas já integrada no projecto de futsal do "GD Mata/AAUBI", iniciado em 2014.



Fundação: 2014
Localidade: Covilhã
Modalidade: Futsal
Casa: Pavilhão Desportivo N.º 1 da UBI

Em 2014 nasce assim este projecto pioneiro na região, entre o Grupo Desportivo da Mata e a Associação Académica da Universidade da Beira Interior, que surge de um entendimento entre as duas colectividade da cidade, em desenvolver conjuntamente uma academia de futsal jovem, num misto de atletas das duas instituições, que em anos anteriores já tinham separadamente equipas nos escalões de formação em competição, unindo assim esforços para uma melhor rentabilização dos recursos físicos e humanos numa só estrutura desportiva, a exemplo de um outro caso semelhante a nível nacional, o projecto de futsal do SC Braga/AAUM, entre o Sporting Clube de Braga e Associação Académica da Universidade do Minho, que teve um grande sucesso desportivo.

Este projecto foi posto em prática logo na época de 2014/15, com equipas de futsal jovem em quase todos os escalões, assim como a continuação da equipa de futsal sénior feminino da AAUBI que no ano anterior se tinha sagrado campeã distrital. Agora sob a nova designação de GD Mata/AAUBI, a equipa de futsal feminino voltou a vencer o campeonato distrital, revalidando assim o titulo, no entanto a equipa terminaria no final dessa temporada, com o clube a continuar apenas a aposta nas camadas jovens nos anos seguintes.

Na temporada de 2018/19 foi a vez do regresso do futsal sénior, que no passado tanto sucesso teve no seio do GD Mata. Esta nova equipa composta quase exclusivamente por estudantes da Universidade da Beira Interior, e com uma média de idades a rondar os vinte anos, acabou por ter uma boa época de estreia, terminando o campeonato em 4.º lugar. Na temporada de 2019/20 o clube entrou com o objectivo claro de ser campeão distrital e subir assim aos nacionais, visto que as melhores equipas do distrito, e que têm dominado o campeonato distrital nos últimos anos, se encontravam a jogar na II.ª Divisão Nacional, sendo por isso a temporada perfeita para o clube apostar na conquista do titulo. Essa temporada culminou com a conquista da Taça de Honra, e a equipa estava na liderança do campeonato quando este foi suspenso devido à situação da pandemia a nível mundial, no entanto todas as equipas primeiras classificadas nos campeonatos distritais acabaram por ser promovidas à II.ª Divisão Nacional, tendo o GD Mata/AAUBI concretizado o seu objectivo da subida. Na temporada de 2020/21 a equipa cumpriu outro dos seus objectivos, ao alcançar a manutenção no campeonato nacional, mas em 2022/23 voltou a descer para o campeonato distrital.

Este clube continua a ser a principal referência do futsal na cidade da Covilhã, com a aposta nas camadas jovens e no futsal sénior, envolvendo também a comunidade académica.

Associação Recreativa do Bairro da Boa Esperança

Fundação: 1976
Localidade: Castelo Branco
Modalidade: Futsal
Casa: Pavilhão Desportivo Municipal da Boa Esperança

A Associação Recreativa do Bairro da Boa Esperança é atualmente um dos principais clubes de futsal de todo o distrito de Castelo Branco, mantém-se há mais de vinte e cinco anos a competir ininterruptamente nas provas nacionais, e tem uma academia de futsal com equipas em todos os escalões, sendo um dos clubes com mais atletas a nível nacional, pela sua dimensão pode já ser considerado um histórico da modalidade na região.

Esta associação está sediada no bairro da Boa Esperança, localizado nos arredores da cidade de Castelo Branco, numa zona que anteriormente se chamava Vale Cabreiro. Após o 25 de Abril, que trouxe a conquista da liberdade, e permitiu que as pessoas se unissem livremente para formar as suas coletividades, um grupo de moradores da zona reuniu-se para fundar uma associação local denominada "Associação de Moradores de Vale Cabreiro", que em Fevereiro de 1976 se transformou na atual "Associação Recreativa do Bairro da Boa Esperança". A associação foi evoluindo com o crescimento do próprio bairro, tornando-se numa referência local, com a organização de várias atividades recreativas e sociais, uma das suas maiores vertentes começou por ser a sua de secção de caça que ainda hoje é uma das maiores do país, e mais tarde o futebol de cinco, modalidade que então estava em crescimento, e onde a Boa Esperança acabou por ser um dos clubes pioneiros no distrito.

Após alguns anos dedicados ao futebol de cinco de forma amadora, com participação em torneios, a Boa Esperança filia-se na Associação de Futebol de Castelo Branco para participar no campeonato distrital de futsal na época de 1993/94, não só com uma equipa sénior mas também nas camadas jovens. A equipa da Boa Esperança foi-se afirmando como uma das melhores equipas, tendo-se sagrado vice-campeã distrital em 1994/95, lugar que lhe deu assim acesso a subir para a II.ª Divisão Nacional, a estadia da equipa nestes patamares manter-se-ia durante longos anos, a Boa Esperança foi conseguido sempre manter-se na mesma divisão, conquistando a permanência ano após ano, e ganhando nome a nível a nacional.

Tanto a equipa sénior de futsal como as camadas jovens que cada vez tinham mais atletas, disputavam os seus jogos caseiros no pavilhão municipal de Castelo Branco, infraestrutura que se tornou claramente insuficiente para a dimensão do clube, pelo que a autarquia avançou com o projecto de construção de um pavilhão desportivo no Bairro da Boa Esperança, obra que foi inaugurada no final de 2003 e que muito veio a beneficiar a associação não só no futsal mas também nas suas outras atividades. A temporada de 2004/05 veio a ser de má memória para a Boa Esperança, que após uma época menos feliz acabou por ficar nos últimos lugares e ser relegada para a III.ª Divisão, no entanto o objectivo do clube passava por voltar a colocar a equipa de novo no patamar superior. Depois de ter ficado muito perto da subida na temporada seguinte, o sucesso viria logo em 2006/07, com a equipa a sagrar-se campeã nacional da III.ª Divisão, um dos momentos mais altos da história do clube, e um titulo até então inédito para uma equipa da região.

Na temporada de 2007/08 as coisas não correram tão bem para a formação albicastrense, que após acabar o campeonato nos últimos lugares da tabela, se viu de novo relegada para a III.ª Divisão Nacional, os objectivos do clube passavam por voltar a colocar a equipa na divisão superior, algo que foi conseguido na época de 2009/10, após uma grande campanha que culminou com a equipa vice-campeã e a garantir a tão aguardada subida para a II.ª Divisão, porém as coisas voltaram a não correr de feição para a Boa Esperança que no ano seguinte termina a temporada nos últimos lugares e consuma de novo a descida de divisão. Apesar de ter sempre lutado por regressar à II.ª Divisão Nacional nas épocas seguintes, com algumas boas temporadas, a equipa apenas regressaria a esse patamar já na temporada de 2014/15, quando foi feita uma reestruturação das competições nacionais de futsal, que extinguiu a III.ª Divisão e passou as equipas melhores classificadas para a II.ª Divisão, onde a equipa se bateu com os melhore na luta pela subida. mas com o regresso da III.ª Divisão em 2021/22 as equipas piores classificadas foram relegadas para o patamar inferior, com o Boa Esperança a regressar a este patamar.

Entretanto com melhores ou piores resultados, a Boa Esperança tem-se mantido nas competições nacionais, sempre lutando pela subida à Primeira Divisão Nacional taco a taco com as outras equipas, sendo atualmente um dos clubes a nível nacional com mais participações consecutivas em campeonatos nacionais, feito somente atingido por dois emblemas, sendo que um deles é uma potência nacional da modalidade, o Sporting. Para além disso o Bairro da Boa Esperança encontra-se no entre entre os dez clubes de futsal em Portugal com mais atletas inscritos, desde os petizes até aos seniores, passando pelos traquinas, benjamins, infantis, iniciados, juvenis e juniores. De realçar que na época de 2017/18 a Boa Esperança teve ainda uma equipa "B" a competir no campeonato distrital. Na temporada de 2022/23 conquista pela segunda vez na sua história o título de campeão nacional da III.ª Divisão.
 
O grande trabalho na formação, culminou com criação da Academia de Futsal da Boa Esperança, fundada em 2014, e que tem dado alguns títulos a nível distrital, sendo um meio importante de dinamização para os jovens da cidade de Castelo Branco, formando-os não só como atletas mas também como pessoas. A associação do Bairro da Boa Esperança é atualmente um nome forte no distrito e fora dele no que ao futsal diz respeito, sendo já um histórico a nível regional e uma das coletividades desportivas mais importantes da sua cidade.

Associação Cultural e Desportiva do Ladoeiro

Fundação: 1976
Localidade: Ladoeiro, Idanha-a-Nova
Modalidade: Futsal
Casa: Pavilhão Gimnodesportivo Municipal do Ladoeiro

Este clube está situado na aldeia de Ladoeiro, progressiva localidade do concelho de Idanha-a-Nova, é um dos históricos do futsal no distrito de Castelo Branco, e uma das mais importantes coletividades desportivas do seu concelho, possuindo inúmeros títulos a nível distrital e várias presenças nas provas nacionais, para além dos títulos que também conquistou nas camadas jovens, levando o nome do Ladoeiro um pouco por toda a parte.

A Associação Cultural e Desportiva do Ladoeiro foi fundada a 22 de Outubro de 1976, e surge fruto da liberdade trazida pela revolução do 25 de Abril, que veio dar um novo ânimo ao associativismo. Nos seus primeiros quinze anos de existência a actividade desportiva do Ladoeiro resumia-se ao futebol, com participações regulares em jogos e torneios locais e regionais, como a participação no inter-aldeias em 1990, também o atletismo esteve presente no Ladoeiro, com a presença de atletas em várias provas.

Mas a grande modalidade em que o Ladoeiro se viria a destacar foi o futsal, a equipa filiou-se na Associação de Futebol de Castelo Branco na época de 1993/94 para competir no campeonato distrital do então futebol de cinco. Desde aí foi cimentando a sua posição a nível distrital com cada vez melhores resultados, e conquistando alguns títulos nas categorias de iniciados e juvenis. Anos depois deu-se a construção do atual pavilhão gimnodesportivo do Ladoeiro, obra que inicialmente era para ser feita na Zebreira (que à altura tinha também uma equipa de futsal), mas que a autarquia de Idanha-a-Nova acabou por realizar no Ladoeiro. Este pavilhão veio melhorar em muito as condições desportivas do clube para esta modalidade, tendo sido construído no local do ringue polidesportivo, que então era onde a equipa realizava os seus jogos. Anos mais tarde o campo de futebol que se situava ao lado do pavilhão, acabou por ser descontinuado para dar lugar ás instalações da piscina do Ladoeiro.

Foi na época de 1997/98 que a equipa sénior do Ladoeiro conquistou o seu primeiro campeonato distrital de futsal, numa grande temporada que culminou também com a conquista da Taça de Honra, a equipa subiu pela primeira vez na sua história às provas nacionais, na então recém criada III.ª Divisão Nacional, de onde viria a ser despromovida logo nessa época. De regresso ao distrital o Ladoeiro volta a sagrar-se campeão na época de 1999/2000, subindo novamente aos nacionais, a direção do clube apostava agora na permanecia da equipa na III.ª Divisão, mas que acabou por não ser conseguida, após nova despromoção aos distritais. O Ladoeiro não baixou os braços e continuou a lutar pelo regresso aos palcos nacionais, a equipa foi vice-campeã distrital nas épocas de 2001/02 e 2002/03, nesta última beneficiou da desistência do campeão distrital GD Mata, ocupando assim a sua vaga na III.ª Divisão, onde na época seguinte o Ladoeiro acabaria por terminar nos últimos lugares da sua série, após o qual a direção do clube optou por desistir da equipa sénior, mantendo apenas os escalões de formação nos anos seguintes.

O regresso dos séniores dá-se na temporada de 2006/07, e o Ladoeiro logo se evidenciou no campeonato distrital, acabando por vencer a competição e subir aos patamares nacionais, de onde seria relegado na época seguinte, não conseguindo a manutenção. Em 2008/09 a equipa continuou a lutar pelo campeonato distrital, e apesar de ter terminado a fase regular na liderança, acabou por perder nos play-offs. Foi apenas na temporada de 2009/10 que o Ladoeiro voltou a sagrar-se campeão distrital, titulo ao qual juntou a conquista da Taça de Honra. De regresso aos nacionais o Ladoeiro voltou a não conseguir a manutenção, e a direção optou novamente pela suspensão da equipa sénior por uma temporada, mas mantendo as camadas jovens. O regresso acontece na época de 2012/13 com a equipa a lutar pelo campeonato nos anos seguintes, titulo que surge em 2015/16, com o Ladoeiro a sagrar-se campeão distrital. De regresso aos nacionais, as coisas voltaram a não correr como o esperado, e a equipa é de novo despromovida. 

Mas logo em 2017/18 o Ladoeiro volta a dominar o campeonato distrital e conquista mais uma titulo, e na época seguinte acabaria por chegar à tão aguardada manutenção nos campeonato nacionais, com a equipa a lutar até à última jornada, um grande feito após mais de vinte anos de atividade da equipa de futsal. A temporada de 2019/20 acabaria ficar na história do clube, na Taça de Portugal o Ladoeiro chegou à "final-eight" sendo eliminado pelo Braga, e ficou ainda em 2.º lugar da sua série na II.ª Divisão Nacional, posto que lhe deu acesso a disputar a subida à Primeira Divisão mas em que a equipa acabou por ser eliminada. No entanto seria logo na temporada seguinte que a formação raiana veria o seu nome no mais alto patamar do futsal nacional, ao consumar a tão almejada subida de divisão, sagrando-se campeão nacional da II.ª Divisão, o Ladoeiro fazia assim historia no desporto regional ao atingir o escalão profissional da modalidade, no entanto desentendimentos com a federação não permitiram que o clube legalizasse a sua inscrição na primeira divisão, vendo assim negada a sua subida. Na época de 2022/23 o Ladoeiro não conseguiu alcançar a manutenção, desceu para a III.ª Divisão Nacional

Apesar de se evidenciar mais na parte desportiva, o Ladoeiro realizou ao longo da sua história várias atividades culturais e recreativas, como saraus, espetáculos de teatro e outros eventos em prol da comunidade, a respeito de outras modalidades desportivas, de salientar ainda a participação no torneio inter-aldeias de futebol em 2016, realizado em Idanha-a-Nova, e em que a equipa do Ladoeiro atingiu as meias-finais. A Associação Cultural e Desportiva do Ladoeiro é hoje uma das grandes referências do futsal regional, mantendo para além da equipa sénior, camadas jovens em várias escalões, com numa parceria estabelecida com a Casa do Benfica em Idanha-a-Nova, que desde há uns anos tinha também equipas jovens de futsal e que se uniu à "academia" do Ladoeiro formando equipas conjuntas, que levam alguns jogos a ser disputados no pavilhão muncipal de Idanha-a-Nova. Um clube que representa não só a sua aldeia, como todo o concelho e o distrito de Castelo Branco.

Associação Desportiva da Estação

Fundação: 1976
Localidade: Covilhã
Modalidade: Futebol e Futsal
Casa: Complexo Desportivo da Estação / Pavilhão Desportivo N.º 1 da UBI

A Associação Desportiva da Estação está situada na cidade da Covilhã, no bairro da Estação, onde se localiza a Estação Ferroviária da Covilhã e que lhe deu assim o nome. Ao longo da sua história a Estação tem-se dedicado a várias modalidades desportivas, com mais incidência no futebol, onde a sua escola de formação é já uma referência a nível regional, para além disso o futebol sénior fez também parte da sua história recente com a conquista de alguns títulos.

A Estação é já uma das históricas coletividades desportivas da "cidade neve", foi fundada a 6 de Março de 1976 com o objectivo de promover a prática de diversas modalidades desportivas junto dos jovens, em especial o futebol, a Estação filiou-se então na Associação de Futebol de Castelo Branco, e começou a participar nos campeonatos distritais nas camadas jovens, que por essa altura davam os seus primeiros passos. O grande objectivo da associação ao longo da sua história sempre foi a formação de jovens, não apenas na parte desportiva, mas também na parte social, mantendo a juventude ativa e ensinado-lhes valores básicos da vida através do desporto, no seu percurso foi acumulando títulos distritais em vários escalões de futebol, tornando-se num dos clubes a nível regional com mais praticantes e com melhores resultados, tendo ainda formado muitos jogadores que vieram a fazer carreira nos campeonatos profissionais, como por exemplo os atletas João Real ou Yannick Djaló, que passaram pela Primeira Liga.

No entanto não foi apenas o futebol a fazer parte do percurso desportivo da Estação, tendo ao longo dos anos desenvolvido outras modalidades, como andebol, xadrez, artes marciais ou atletismo, para além das atividades culturais que a coletividade realizou na sua comunidade. O trabalho do clube em prol do crescimento desportivo dos jovens, levou a que Estação fosse distinguida várias vezes por diversos organismos e instituições locais, que lhe reconheceram o mérito.

Depois de algumas décadas dedicadas ao futebol jovem, onde conquistou alguns títulos, surge pela primeira vez na época de 1999/2000 uma equipa sénior, constituída na sua maioria por jogadores formados no clube, e que se estreou assim no campeonato distrital da 2.ª Divisão. O sucesso da equipa foi imediato e logo na sua época de estreia acaba por se sagrar campeã do 2.º escalão e assim subir para a 1.ª Distrital. A temporada de 2000/01 foi de maior sucesso ainda, com a Estação a ser vice-campeã, ao terminar o campeonato no 2.º lugar, e a vencer ainda a Taça de Honra. Na temporada de 2001/02 a Estação vence o campeonato da 1.ª Divisão Distrital, e consegue a subida para a III.ª Divisão Nacional, ainda nesse ano a equipa foi finalista da Taça de Honra, troféu que perdeu para o Idanhense. Nos patamares nacionais as coisas não correriam tão bem para formação covilhanense, que acabou a época nos último lugares, sendo despromovida para o campeonato distrital.

De regresso ao distrital a Estação acaba por se sagrar de novo campeã logo em 2003/04, titulo que daria uma nova subida para a III.ª Divisão Nacional, no entanto a equipa acabou por abdicar da subida por falta do apoio das verbas atribuídas pela autarquia local, tendo o clube optado por terminar com a equipa sénior, neste que foi um curto mais muito bem sucedido percurso no futebol deste escalão. Na época de 2009/10 a associação avança com a modalidade de futsal, com uma equipa de iniciados e também uma equipa sénior feminina, esta última que se sagraria campeã distrital logo nesse ano, e também na temporada seguinte, tendo a equipa sido depois descontinuada.

Em 2012, por altura do seu aniversário, a Estação inaugurou as obras de remodelação do seu complexo desportivo, num grande investimento que dotou o campo de um relvado sintético, assim como a ampliação das bancadas, campo de treinos e novas infraestruturas de apoio ás atividades da associação, isto pouco depois se se ter dado o regresso do futebol sénior na época de 2011/12, com a Estação a apostar mais uma vez na "prata da casa", dando oportunidade aos jovens de continuar a jogar futebol no clube, a Estação fez também uma parceria com a Universidade da Beira Interior, com a integração de alguns estudantes na sua equipa. O percurso da equipa sénior começou com algumas boas classificações no campeonato, com destaque para o 3.º lugar conquistado nas épocas de 2012/13 e 2014/15, mas os cada vez piores resultados ditaram o fim da equipa que teve a sua última época competitiva em 2016/17, desde então o futebol de formação (que nunca parou) tem sido a grande aposta da associação. Na época de 2019/20 a Estação inovou com a criação de uma equipa de futebol feminino, que compete na segunda divisão nacional da modalidade, um escalão que há alguns tinha deixado de existir no distrito, e em que a Estação decidiu apostar, dando assim oportunidade a algumas atletas região.

Por tudo o que tem conquistado desportivamente, e pelo grande papel que desempenha na formação de jovens, a Associação Desportiva da Estação é uma das principais potencias desportivas da Covilhã, sendo uma bandeira no futebol de formação do distrito de Castelo Branco.

Liga dos Amigos do Alcaide

Fundação
: 1955
Localidade: Alcaide, Fundão
Modalidade: Futebol e Futsal
Casa: Campo de Futebol do Alcaide / Polidesportivo do Alcaide

O desporto nesta aldeia começou no final da década de 40, altura em que um pouco por toda a região, se deu um grande incremento na prática desportiva, particularmente no futebol, modalidade que aqui teve a sua primeira equipa sediada no "Grupo Desportivo da Casa do Povo do Alcaide", realizando vários jogos amigáveis frente a terras vizinhas. Nesse tempo já muitas eram as equipas a jogar futebol, mas a maioria não tinha ainda um campo próprio digno de receber jogos, no caso do Alcaide o seu campo de futebol seria inaugurado em 1952, numa partida frente à equipa de Escalos de Cima.

Poucos anos depois foi criada a "Liga dos Amigos do Alcaide," fundada a 11 de Dezembro de 1955, por um grupo de alcaidenses, com o objetivo de dinamizar a localidade com várias iniciativas. Desde logo esta coletividade teve um papel importante no desenvolvimento cultural, social e desportiva do Alcaide, com a organização de festivais de folclore, almoços de confraternização, e intervenção em obras de causa pública. Na década de 60 o futebol desagregou-se da Casa do Povo e passou para a Liga dos Amigos, que manteve a juventude da terra ativa com jogos amigáveis e participação em torneios locais. Nos finais da década de 70 o Alcaide começa também a participar em torneios do então futebol de salão e mais de futebol de 5. Na década de 90 foi inaugurado no Alcaide um ringue polidesportivo pertencente à Liga dos Amigos, que veio trazer uma maior potencialidade para esta vertente do futebol, começou assim a ter lugar a organização de torneios e inclusivamente chegou a existir futsal de formação, com a Liga dos Amigos do Alcaide a participar com equipas de juvenis e juniores nas época de 1995/96 e 1996/97 nos campeonatos distritais de Castelo Branco.

Atualmente a Liga dos Amigos do Alcaide desempenha um papel fundamental na vida da sua freguesia, organiza anualmente o Festival Míscaros, o maior evento realizado no Alcaide que atrai centenas de pessoas à aldeia, tem um grupo de bombos e realiza ainda muitas outras atividades, na parte desportiva tem organizado nos últimos anos torneios de futsal, mantendo o polidesportivo com alguma utilização.

Desportivo de Castelo Branco

Fundação: 1967
Localidade: Castelo Branco
Modalidade: Futebol
Casa: Campo da Zona de Lazer

O Desportivo de Castelo Branco é um dos mais emblemáticos clubes da cidade capital de distrital, atualmente está inteiramente ligado ao futebol de formação, onde é uma referência a nível distrital, mas conta com um passado no futebol sénior, onde foi campeão distrital por várias vezes e competiu na III.ª Divisão Nacional.

A criação do Desportivo de Castelo Branco está de certa maneira ligada ao Sport Benfica e Castelo Branco, na medida em que, na época de 1967/68, haviam apenas três equipas inscritas no campeonato distrital de Castelo Branco (que nas últimas três temporadas não se tinha realizado por falta de participantes), sendo que uma dessas equipas era o Benfica e Castelo Branco, que tinha o objetivo de ser campeão distrital para assim poder competir na III.ª Divisão Nacional, no entanto os estatutos da Federação Portuguesa de Futebol só permitiam a subida à III. ª Divisão, a clubes que conquistassem o respectivo campeonato distrital, desde que nesse mesmo campeonato houvessem no mínimo quatro equipas inscritas, e como nessa época apenas haviam três clubes interessados em competir no distrital, um grupo de sócios do Benfica e Castelo Branco decidiu a poucos meses antes do início da prova, criar um novo clube para assim poder ter o número de equipas necessárias para que o campeonato distrital se realizasse, nasce assim a 10 de Outubro de 1967 o "Desportivo de Castelo Branco", que tem como emblema o brasão da cidade, adoptando também as suas cores (preto e branco) que no seu equipamento são dispostas em riscas verticais.

O Benfica e Castelo Branco acabou por ver assim cumprindo o seu propósito, e terminou a temporada em primeiro lugar do campeonato distrital, a apenas dois pontos do segundo classificado que era precisamente o Desportivo de Castelo Branco, no entanto o tiro saiu pela culatra aos "encarnados", pelo que a má inscrição de um jogador seu (no caso o guarda-redes que não tinha a 4.ª classe obrigatória), e que levou à desclassificação do Benfica e Castelo Branco, tendo o Desportivo se sagrado campeão distrital na sua época de estreia, um caso muito caricato de uma equipa que entrou no campeonato quase que apenas para "fazer número" e acabou por ganhar a competição e subir à III.ª Divisão Nacional, objectivo pelo qual lutavam os sócios do clube que lhe deu origem. O Desportivo competiu assim na III.ª Divisão na época de 1968/69, mas haveria de ser novamente relegado para o campeonato distrital logo nesse ano após ficar em último lugar da sua série. De regresso ao campeonato distrital o Desportivo acaba por vencer de novo a competição, sagrando-se campeão da época de 1969/70 e assim regressa ao patamar nacional na época seguinte, a jogar a III.ª Divisão a equipa termina de novo na última posição e desce para o distrital.

A história voltou-se a repetir para a equipa do Desportivo, de regresso ao campeonato distrital o clube acaba por vencer de novo a competição em 1971/72 e consequentemente sobe para a III.ª Divisão Nacional, mas desta vez a estadia dos albicastrenses na prova foi mais longa, o clube conseguiu alcançar a manutenção e permanecer mais uma época em competição, porém na temporada de 1973/74 a equipa acaba por ser de novo despromovida. O Desportivo continuou com bons resultados a nível distrital nas épocas seguintes, tendo sido vice-campeão em 1974/75 e 1975/76, e depois conquista o seu quarto campeonato distrital ao vencer a prova em 1976/77, seguiu-se depois aquela que pode ser considerada como a melhor fase do futebol sénior no clube, que durante quatro temporadas consecutivas competiu na III.ª Divisão Nacional, até que na época de 1979/80 termina em último lugar da tabela e desce para o distrital. Ainda na década de 70 o Desportivo tinha começado a destacar-se no futebol jovem, conquistando vários títulos em juvenis e júniores, então já a afirma-se como clube de referência no futebol de formação a nível regional.

Os anos que se seguiram foram de estabilidade no campeonato distrital para a equipa sénior, onde se destacam alguns lugares a meio da tabela e um vice-campeonato na temporada de 1981/82. O Desportivo acabaria depois por ser despromovido para a 2.ª Divisão Distrital pela primeira vez na sua história após terminar o campeonato de 1983/84 no último lugar, a jogar no patamar distrital inferior, o Desportivo acabou por conseguir o segundo lugar e regressar de novo à divisão principal. Após lutar pelo titulo nos anos seguintes, a equipa foi conseguindo cada vez piores resultados, terminando mesmo na última posição da tabela no campeonato de 1990/91, nessa que foi a última temporada da equipa sénior, tendo o clube se dedicado depois apenas aos escalões de formação e a outras modalidades desportivas, como foi o caso do então futebol de cinco (hoje futsal), em que o Desportivo de Castelo Branco chegou a participar com uma equipa sénior na primeira edição do campeonato distrital em 1993/94, nesse ano há ainda que destacar um jogo amigável realizado por altura do aniversario do clube, contra a equipa do Sporting, que já então era a maior referência nacional do futebol de cinco.

Em 1999 o Desportivo de Castelo Branco assinou um protocolo com o Boavista Futebol Clube, e passou assim a ser a sua filial oficial N.º 3, numa altura em que o clube portuense atravessava uma fase de crescimento a nível nacional, porém e apesar de atualmente o Desportivo ainda ser considerado uma filial oficial do Boavista, as relações entre os dois clubes são inexistentes. Após passar a década de 90 dedicado ao futebol de formação, com a conquista de alguns títulos, o Desportivo regressa ao futebol sénior com participação no campeonato distrital da 2.ª Divisão em 1998/99, onde se viria a sagrar campeão na temporada de 2000/01 e regressar assim à principal divisão distrital. Em 2002/03 a equipa termina o campeonato nos últimos lugares e volta a descer para a 2.ª Divisão Distrital, mas a subida dá-se na época seguinte, onde apesar de terminar no 4.º lugar, a equipa acaba por ocupar uma vaga sobrante na 1.ª Divisão de outra equipa que tinha desistido. Na temporada 2004/05 ocorreu uma crise na equipa, ainda a meio da época, que levou a uma debandada de jogadores, o que fez com que tivessem de ser os júniores a colmatar as saídas até ao final do campeonato, com o Desportivo a terminar em último lugar, essa foi a última época competitiva da equipa sénior, e o clube voltou a dedicar-se somente ao futebol de formação, onde desde então tem obtido muito bons resultados, sendo não só uma referência na cidade como também a nível distrital.

Ao longo da sua história não foi apenas o futebol a fazer parte da vertente desportiva deste clube, também outras modalidades como o futsal, andebol, voleibol, basquetebol, atletismo, ciclismo, xadrez entre outras, o que dá conta do ecletismo do Desportivo, que atualmente tem como objectivo principal a formação de jovens não só desportivamente mas também socialmente. Um grande clube da cidade de Castelo Branco que continua a movimentar muita gente e dinamizar a juventude.

Sport Tortosendo e Benfica


Fundação: 1922
Localidade: Tortosendo, Covilhã
Modalidade: Futebol
Casa: Campo do Alto do Cabeço

Este é um dos mais antigos clubes de futebol do distrito de Castelo Branco, originário da vila do Tortosendo, que nos inícios dos séculos passado, era conjuntamente com a vizinha Covilhã, uma progressiva terra da indústria dos lanifícios, com presença de inúmeras fábricas cujos operários se organizaram para realizar os primeiros jogos de futebol. No entanto foi por iniciativa da população que nasceu assim em 1922 o "Sport Club do Tortozendo", logo a juventude da terra começou a disputar os primeiros jogos de futebol com terras vizinhas.

O futebol começava a ganhar dimensão nacional e o Benfica já era a maior referência na modalidade, e por afinidade ao clube de Lisboa, em 1925 a designação do clube foi alterada para "Sport Lisboa e Tortosendo", passando a ser a filial oficial N.º 4 do Sport Lisboa e Benfica, hoje uma das mais antigas do pais. Ainda nesse ano o clube viu inaugurado o seu campo, na altura conhecido como "campo do Alto do Cabeço", situado no Bairro do Cabeço, e construído num terreno cedido pela Junta de Freguesia local, que teve como jogo inaugural a equipa da casa contra o Montes Hermínios. O SL Tortosendo continuou depois nos anos seguintes muito ativo no futebol amador, sendo uma das referências na região, com participação em vários jogos e torneios, o clube foi também um dos fundadores da Associação de Futebol de Castelo Branco em 1936 e participou no primeiro campeonato distrital de futebol, realizado na época de 1936/37, com a equipa a realizar os seus jogos caseiros na Covilhã.

Após terminar a primeira época em segundo lugar da sua série, a equipa voltou a repetir a classificação na temporada seguinte. Na época de 1938/39 o Tortosendo acaba por chegar a competir na II.ª Divisão Nacional, em representação da AFCB, simultaneamente nessa época joga também no campeonato distrital onde acaba em último lugar da tabela, e após o qual abandona definitivamente o futebol federado. O clube continuou ainda com o futebol mas apenas de forma amadora, dedicando-se a outras atividades, até ficar completamente inactivo no inicio dos anos 50. O futebol na vila teve depois continuidade através de outro clube, o Unidos do Tortosendo.

O clube renasceu apenas na década de 70 com uma nova designação, "Sport Tortosendo e Benfica", e começa por participar nos campeonatos distritais das camadas jovens, por essa altura rivaliza com o Unidos do Tortosendo, com o qual teve um diferendo em relação à utilização do campo do Cabeço, o que fez com que o Unidos tivesse de abandonar o campo e arranjar um novo campo para a sua equipa jogar. Na época de 1977/78 o futebol sénior regressa ao Tortosendo e Benfica, que voltou a competir no campeonato distrital, no entanto o estado de degradação do campo do cabeço levou a que a equipa tivesse de disputar os seus jogos no campo de Unhais da Serra até as obras de remodelação do campo estarem prontas, apesar da contrapartida, a equipa terminou o campeonato a meio da tabela, e foi conseguindo cada vez melhores resultados, chegou ainda a ser vice-campeã na época de 1979/80, terminado a apenas dois pontos primeiro classificado, e na época seguinte tornou a repetir o segundo lugar.

Os bons resultados e a luta pelo titulo distrital continuaram, após o terceiro lugar obtido em 1981/82, o Tortosendo e Benfica acabaria por se sagrar finalmente campeão distrital da 1.ª Divisão em 1982/83, conseguindo assim a subida às competições nacionais. A jogar na III.ª Divisão Nacional o Tortosendo acabou por ficar em último lugar e ser despromovido de volta para o campeonato distrital, a equipa ainda acabou por se sagrar vice-campeã distrital em 1984/85, e nas épocas seguintes ficou sempre entre os cinco primeiros lugares, a sua última época no futebol federado foi em 1987/88 na qual terminou no 9.º lugar, o clube ainda se inscreveu no campeonato na época seguinte mas acabou por desistir ainda antes do inicio da época, facto que levou a AFCB a suspender a equipa por um ano das provas federadas, e deste então nunca mais o Tortosendo voltou a ter qualquer presença no futebol distrital.

O Tortosendo e Benfica dedicou-se nas décadas seguintes a outras atividades desportivas, culturais, recreativas e sociais, atravessando alguns altos e baixos, atualmente o clube mantém a sua sede social em funcionamento e tem esporádicas participações em torneios de futsal na região, e apesar do futebol já não fazer parte do seu presente, pode ser considerado como um dos históricos do futebol distrital, por ser dos clubes mais antigos do distrito e uma das primeiras filiais do Benfica com o qual ainda mantém relações, sendo ainda uma das históricas colectividades da vila do Tortosendo e do seu concelho.

Casa Cultural e Recreativa Castelejense

Fundação: 1980
Localidade: Castelejo, Fundão
Modalidade: Futebol e Futsal
Casa: Campo de Santa Luzia e Campo de Jogos do Castelejo

Nesta aldeia situada na zona sul do concelho do Fundão, perto da Serra da Gardunha, e berço da conhecida romaria de Santa Luzia, foi nos inícios da década de 30 que o futebol começou a dar os seus primeiros passos, altura em que a modalidade começava a despertar interesses por toda a região, o Castelejo fazia-se então representar por duas equipas, o "Sport Lisboa Castelejense" e o "Sport Club Castelejense", ambas equipas compostas por gente da terra, realizavam naquele tempo muitos jogos contra outras terras vizinhas, sempre com grande assistência nos jogos que se faziam no campo do Castelejo, estas equipas ter-se-ão mantido em atividade até finais dos anos 40, acabando depois por desaparecer, como não eram clubes legalizados, o que acontecia com a maioria das equipas das aldeias, é que apareciam e desapareciam com facilidade, adoptando depois vários nomes.

Na década de 50, a equipa mais representativa do Castelejo foi o "Grupo Desportivo do Castelejo", que manteve a prática do futebol, com a realização de jogos amigáveis, usando para o efeito o campo de futebol situado perto do santuário de Santa Luzia que lhe deu o nome e que ainda hoje existe. Nas décadas seguintes o futebol terá continuado a ser praticado no Castelejo de forma amadora, com jogos amigáveis frente a outras localidades e também solteiros x casados. No final da década de 70 e inícios da década de 80, o Castelejo esteve também muito ativo na modalidade de futebol de salão, com participações em torneios na região. Pela mesma altura é criada na aldeia a "Casa Cultural e Recreativa Castelejense", que ao longo dos anos foi realizando várias atividades de carácter social, recreativo e cultural, paralelamente o desporto continuou a ser praticado nas modalidades de atletismo e futebol amador, com jogos particulares, e a partir da década de 90 aparece também o futsal, apesar do único ringue polidesportivo existente na freguesia se localizar na aldeia anexa de Enxabarda.

Nos inícios do novo milénio a juventude da aldeia teve a iniciativa de entrar no desporto federado, e participou no campeonato distrital de futsal sénior na época de 2005/06, a equipa estava alojada na Casa Cultural e Recreativa Castelejense, por ser a única coletividade existente no Castelejo, sendo que os seus jogos caseiros eram realizados no pavilhão gimnodesportivo da escola de Silvares. A equipa terminou o campeonato em penúltimo lugar, mas independentemente dos resultados mostrou que a juventude da terra era capaz de dar a cara pelo desporto ainda que tivesse sido apenas por uma temporada.

Nos anos seguintes a Casa Cultural e Recreativa Castelejense dedicou-se apenas a eventos culturais, e a atividade desportiva foi diminuindo, fruto da desertificação, e apesar do campo de Santa Luzia estar ainda em condições mínimas, o futebol há muito que não é praticado. Por volta do ano de 2009 houve pela parte da junta de freguesia, a intenção de avançar com um projecto para a construção de um ringue polidesportivo na aldeia, mas que acabou por não se concretizar, no entanto os locais deitaram mãos à obra e fizeram os possíveis com os meios que tinham, criando assim um campo de futebol de 5 com relvado natural num terreno pertencente à junta, onde a juventude que ainda existe no Castelejo pode ainda dar uns pontapés na bola, não deixando morrer o futebol.

Clube Fernão Lopes

Fundação: 1924
Localidade: Aldeia do Bispo, Penamacor
Modalidade: Futebol e Futsal
Casa: Campo de Futebol de Aldeia do Bispo / Polidesportivo de Aldeia do Bispo

O Clube Fernão Lopes é uma das mais antigas coletividades do concelho de Penamacor, e a grande referência do associativismo em Aldeia do Bispo, onde ao longo das décadas neste desenvolveu atividades culturais, sociais, recreativas e desportivas.

A criação do Clube Fernão Lopes no ano de 1924 deveu-se a um grupo de estudantes naturais da aldeia, que frequentava os liceus e escolas superiores, e que fundaram o clube com objectivos de instrução e recreio para os seus tempos livres, logo trataram de arranjar uma sede social e ali se reuniam para ler jornais e realizar jogos de mesa como damas e dominó. O nome de Fernão Lopes (historiador português do séc. XV), foi escolhido como patrono do clube, por se defender naquela altura a ideia de que o mesmo teria nascido nesta região.

Em virtude da atividade desportiva, nomeadamente o futebol, só vir a ganhar mais destaque algumas décadas depois, o clube dedicasse nos seus primeiros anos à cultura, com um grupo cênico que realizava peças de teatro para a população. Passou depois por alguns anos de menos atividade até ressurgir nos anos 40, onde passou a ter um maior destaque na localidade, com a organização de bailes tradicionais e outras atividades, mais tarde começa também a aparecer o futebol, com jogos frente a outras aldeias das redondezas, até que em Fevereiro de 1972 o clube acaba por encerrar as suas portas devido a um vazio directivo, a guerra colonial e a emigração contribuíram para a redução drástica do número de habitantes na aldeia, principalmente dos mais jovens.

O clube acabou por renascer novamente em 1978, e com ele regressa também o futebol, para além de jogos amigáveis o clube organizava também os seus próprios torneios, exemplo disso foi o "I.º Campeonato de Futebol de 8" realizado em 1984, e que contou com várias equipas de freguesias do concelho de Penamacor. A modalidade principal do clube terá sido o futebol, apesar de o mesmo continuar a organizar outro tipo de atividades recreativas. O futebol continuou ainda por mais uns anos, com destaque para a participação da equipa de Aldeia do Bispo no torneio inter-aldeias de 1991.

O clube entrou depois num novo período de inactividade, e também o futebol deixou de ser praticado com a mesma regularidade, levando a que o campo de futebol ficasse ao abandono, a construção de um polidesportivo na aldeia veio também trazer o futebol de 5, tendo depois Aldeia do Bispo participado em alguns torneios. O Clube Fernão Lopes voltou ao ativo à alguns anos atrás, com realização de várias atividades, no entanto a parte desportiva está atualmente a cargo da "Associação Jovens Xendros em Movimento", com participação e organização em torneios de futsal.


Outros emblemas referenciados:

Emblema da Associação Jovens
Xendros em Movimento