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Histórico das competições

Para uma melhor contextualização sobre a história desportiva das coletividades aqui publicadas, segue abaixo um pequeno resumo de todas as competições oficiais e amadoras, que se foram realizando ao longo dos anos no distrito de Castelo Branco ao nível do futebol e futsal.

O início da Associação de Futebol de Castelo Branco


A Associação de Futebol de Castelo Branco, sediada na cidade capital de distrito, é a responsável pela organização das competições oficiais de futebol e também de futsal, foi criada no dia 22 de Março de 1936, quando as principais coletividades desportivas do distrito se juntaram para criar um organismo a nível distrital para as provas de futebol, a ideia partiu da equipa do Grupo Desportivo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco (responsável também pela construção de um campo de futebol na cidade, situado no Vale do Romeiro) e que falou com os clubes do distrito para convocar uma assembleia geral e se dar inicio à criação da associação.

Apesar de na altura existirem já dezenas de clubes a praticar futebol por todo o distrito, com maior incidência nos concelhos de Castelo Branco, Covilhã e Fundão, nem todos responderam a esta chamada, apenas aderiram os que estavam interessados em jogar futebol mais a sério, visto que a finalidade era criar provas oficiais. Antes disso apenas se praticava futebol de forma amadora, uma modalidade que nesta região teve início nos anos '20, em jogos amigáveis e torneios locais. A primeira prova oficial organizada pela AFCB ainda em 1936, foi a "Taça de Castelo Branco", ganha pelo Sporting da Covilhã.

Foram assim fundadores da Associação de Futebol de Castelo Branco os seguintes clubes:
  • Associação Académica Albicastrense
  • Associação dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco
  • Clube de Futebol "Os Albicastrenses"
  • Clube de Futebol "Os Covilhanenses"
  • Desportivo Operário Covilhanense
  • Onze Vermelho Albicastrense
  • Sport Lisboa e Tortosendo
  • Sporting Clube de Castelo Branco
  • Sporting Clube da Covilhã
  • Sporting Clube do Fundão 
 

    Campeonato Distrital de Futebol (1936/37 - presente)

    Foi logo no final de 1936 que se deu inicio ao primeiro campeonato distrital de Castelo Branco, apesar de terem sido onze os clubes fundadores da AFCB, nem todos se inscreveram na competição, uns apenas se estreariam no campeonato anos mais tarde, e outros nunca chegaram a inscrever a sua equipa em provas federadas, casos dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco e do Desportivo Operário Covilhanense. O campeonato da época de 1936/37 teve apenas quatro clubes em competição, Sport Lisboa e Castelo Branco (nova designação do Onze Vermelho Albicastrense), Sport Lisboa e Tortosendo, Sporting Clube do Fundão e Sporting Clube da Covilhã. O campeonato era dividido em duas séries, Zona Norte e Zona Sul, uma para as equipas de Covilhã e Fundão e outra para as de Castelo Branco, sendo que os vencedores de cada série jogavam entre si para decidir o campeão distrital. Ao longo dos anos mais equipas foram entrando na competição e outras desistindo, com fases de maior e menor afluência.

    Muitos foram os clubes que ao longo das épocas representaram a AFCB nas provas nacionais, nomeadamente na II.ª e III.ª Divisões, onde havia uma série só com equipas da Beira Baixa, sendo que não eram apenas os campeões distritais a representar Castelo Branco nestes patamares, por vezes também os segundos e terceiros classificados o faziam, por escassez de equipas, porque mesmo que uma equipa fosse campeã e subisse ás provas nacionais, continuava a competir simultaneamente no campeonato distrital. Até à época de 1946/47 a competição chamava-se "Campeonato Regional de Castelo Branco", e todas as edições até então foram ganhas pelo Sporting da Covilhã. A partir desse ano houve um período de crise no campeonato distrital, que chegou a não se disputar em alguns anos por falta de equipas, no distrito de Castelo Branco apenas dois ou três clubes continuaram a ter futebol federado e jogavam somente nos campeonatos nacionais, só no inicio da década de '50 é que o campeonato se estabilizou e começou a realizar-se regularmente, mas ainda com muito poucas equipas em competição, deixando assim de haver duas séries, com as equipas a disputar uma série única de todos contra todos a duas voltas, formato que se mantém até hoje.

    Na década de '60 houve uma nova crise no campeonato, que não se realizou em algumas épocas por falta de equipas, sendo que algumas temporadas tiveram apenas uma única equipa inscrita, equipa essa que era assim considerada campeã desse ano e ficava com a vaga para participar nas provas nacionais, onde já jogavam outros clubes de Castelo Branco. Na década de '70 a competição estabilizou-se novamente e começou a crescer, com cada vez mais clubes inscritos, também muito graças à liberdade trazida pela revolução do 25 de Abril, que veio dar mais força ao associativismo local, nessa altura começou-se também a disputar uma nova competição, a Taça de Honra, primeiro apenas para clubes do distrito que competiam em provas nacionais e depois também para os clubes do campeonato distrital. A cada vez maior afluência de equipas no distrital levou a que fosse criado um campeonato da 2.ª Divisão, que teve o seu início na época de 1979/80. 

    Desde então foram já inúmeros os clubes que venceram o campeonato distrital, com predominância natural para alguns deles. Pode consultar aqui a lista de todos os clubes do distrito que participaram com uma equipa sénior de futebol no campeonato distrital. As épocas de 2019/20 e 2020/21 não tiveram um campeão atribuído, devido a que em ambas temporadas o campeonato (apesar de ter chegado a ser disputado) foi suspenso por causa da situação da pandemia. 

    Quadro com todos os clubes campeões distritais da 1.ª Divisão até à atualidade:

     


    Campeonato Distrital da 2.ª Divisão (1979/80 - 2005/06 / 2021/22 - presente)

    Com o aumento de equipas de futebol sénior inscritas na AFCB, foi assim criado um segundo patamar no futebol distrital, em que, no final de cada época, apenas a equipa campeã e o 2.º classificado tinham direito a subir para o campeonato da 1.ª Divisão, com exceção de alguns casos específicos, em que por desistência de outras equipas podia subir também o 3.º ou até o 4.º classificado. No entanto logo a meio da década de 80 voltou a haver uma quebra no número de equipas inscritas, sendo que nas épocas de 1985/86 e 1986/87 não se disputou o campeonato da 2.ª Divisão, realizando-se apenas uma divisão distrital única dividida geograficamente em Série A (equipas da zonal sul) e Série B (equipas da zona norte), cujo vencedor de cada uma disputava depois entre si o titulo de campeão.

    A partir da época de 1987/88 voltou-se a realizar novamente o campeonato da 2.ª Divisão, que não mais parou nas décadas seguintes até ao seu fim definitivo na temporada de 2005/06. Em consequência do cada vez menor número de equipas, a sua última edição teve apenas meia dúzia de participantes, numa altura em que até o campeonato da 1.ª Divisão já apresentava sinais de declínio de participantes, voltando-se assim a realizar apenas uma única divisão. Na época de 2021/22 voltou a disputar-se a 2.ª Divisão, mas com uma estrutura diferente, com vista a criar mais competitividade e reduzir o desequilíbrio desportivo existente entre as equipas mais fortes e mais fracas, foi decidido que após a fase regular do campeonato, disputado normalmente a duas voltas, as equipas seriam divididas por duas fases diferentes mas mantendo os mesmos pontos, com a primeira metade a disputar o apuramento de campeão distrital da 1.ª Divisão, e a última metade a de campeão da 2.ª Divisão. Apesar da nova prova ser totalmente diferente do formato anterior, o vencedor da 2.ª Divisão pode considerar-se como campeão.

    Quadro com todos os clubes campeões distritais da 2.ª Divisão:

     


    Taça de Honra (1980/81[?] - presente)

    Tal como acontece no panorama das competições a nível nacional, em que se disputam paralelamente duas provas principais, sendo o campeonato nacional e a Taça de Portugal, também a nível distrital isso acontece, para além do campeonato distrital já aqui mencionado, existe também a Taça de Honra, que é a segunda principal competição de futebol do distrito. Atualmente a mesma tem o nome de “Taça de Honra José Farromba”, em homenagem a José Gonçalves Farromba, ex-árbitro distrital.

    Esta prova disputa-se nos moldes tradicionais de taça, com eliminatórias sorteadas e jogos a duas mãos, com a final realizada em estádio neutro escolhido antecipadamente. A prova terá começado a ser disputada em meados dos anos 80, sendo que o vencedor mais antigo de que há registo foi o Clube Desportivo de Alcains na época de 1980/81. Esta prova inicialmente era apenas aberta a todas as equipas dos campeonatos distritais que nela se quisessem inscrever, mas como o valor de inscrição era alto havia muito poucas equipas a participar, sendo que apenas na década de '90 a prova foi aberta para todos os clubes, passando a opor todas as equipas das 1.ª e 2.ª divisões distritais, o vencedor do troféu fica ainda com uma vaga para participar na Taça de Portugal na época seguinte.

    Por existir esse confronto entre equipas de diferentes patamares, passou também a haver a expectativa dos “tomba gigantes”, tal como acontece na Taça de Portugal, quando as equipas ditas mais pequenas eliminam equipas de topo do distrito, um grande exemplo disso foi a taça da época de 2004/05, em que a equipa de São Vicente da Beira (então na 2.ª Divisão) e Escalos de Baixo (um dos últimos classificados da 1.ª Divisão), passaram todas as eliminatória e chegaram à final, deixando para trás os grandes favoritos, foi uma autentica “festa da taça” para ambos clubes e localidades, em especial para os escalenses que ganharam o troféu. Dos vencedores que se pôde apurar, constata-se que a equipa do Águias do Moradal é a mais titulada de sempre com nove troféus.

    Com o passar dos anos e com a consequente redução do número de equipas filiadas (factor que ditou o fim da 2.ª Divisão Distrital), a prova deixou de ter eliminatórias e passou a ter uma primeira fase com dois grupos, realizada em duas voltas como uma espécie de mini campeonato, em que os dois primeiros classificados de cada grupo passam então para as meias-finais. Apesar de não ser uma competição muita antiga, desconhecem-se muitos dos seus vencedores, havendo apenas um registo mais detalhado dos últimos vinte e cinco anos da prova, pelo que não me foi possível apurar todos os vencedores, sendo assim conto com a ajuda de todos os queiram contribuir com informações sobre equipas que tenham vencido ou sido finalistas desta prova, para assim poder divulgar o máximo de informações possíveis sobre os vencedores deste troféu. 


    Taça de Honra para clubes nas provas nacionais

    Como o próprio nome indica, este é um troféu apenas disputado por clubes filiados na Associação de Futebol de Castelo Branco que se encontrem a disputar provas nacionais, ou seja, que jogam acima dos distritais. Apesar disso esta é uma prova de pré-época, disputada poucas semanas antes do início das provas oficiais e que serve para preparar as equipas, pelo que se pode considerar como um título menos relevante que a Taça de Honra do distrital, essa sim uma prova de cariz mais oficial. Apesar de alguns clubes possuírem no seu palmarés a conquista da Taça de Honra, alguns desses troféus referem-se a esta competição, que por vezes era erradamente apelidada pela própria impressa regional somente como “taça de honra”, o que faz com se confunda com a outra taça de honra disputada somente pelas equipas do campeonato distrital.

    Esta prova começou a ser realizada na época de 1969/70, com o objetivo de preparar melhor as equipas para o início dos campeonatos, e teve o Sporting da Covilhã como primeiro vencedor, equipa que de resto venceu a maioria das edições do troféu, com 19 títulos conquistados no total: (1969/70; 1971/72; 1972/73; 1975/76; 1976/77; 1977/78; 1978/79; 1981/82; 1983/84; 1985/86; 1983/84; 1987/88; 1988/89; 1989/90; 1990/91; 1991/92; 1992/93; 1997/98 e 2002/03), seguem-se o Benfica e Castelo Branco com 10: (1979/80; 1980/81; 1982/83; 1992/93; 1996/97; 1999/00; 2000/01; 2015/16; 2016/17 e 2017/18), Sertanense com 3: (1994/95; 2018/19 e 2019/20), Alcains com 3: (1986/87, 1995/96 e 2001/02) e ainda o Desportivo de Castelo Branco com 1: (19701/71). Esta prova realizou-se ininterruptamente até inícios do novo milénio, tendo deixado de se realizar, anos mais tarde a AFCB recuperou a competição que teve o seu regresso na época de 2015/16, mas agora disputada apenas pelas equipas do distrito presentes no Campeonato de Portugal (na altura a terceira divisão do futebol nacional), ficando de fora o Sporting da Covilhã que disputava a Segunda Liga. A prova deixou de se realizar na altura da pandemia, não se tendo voltado a disputar desde então.

    Apesar de se tratar de uma prova com menos relevância, todas as informações são úteis, e também não me foi possível apurar todos os vencedores de cada ano, pelo que quem quiser contribuir com mais vencedores deste troféu pode fazê-lo.


    Supertaça da Associação de Futebol de Castelo Branco

    Também ela uma prova de pré-época, a supertaça distrital era disputada antes do começo do campeonato distrital, mas ao contrário do que acontece na supertaça a nível nacional, que opõe o vencedor do campeonato contra o vencedor da Taça de Portugal, a Supertaça da AFCB opunha o vencedor do campeonato distrital da 1.ª divisão contra o vencedor do campeonato distrital da 2.ª divisão, num jogo a duas mão em casa e fora, sendo que na grande maioria das vezes vencia a equipa da 1.ª divisão. Esta prova teve lugar desde finais dos anos '90 até início dos anos 2000, e com o final do campeonato da 2.ª Divisão por falta de equipas, o troféu deixou de se realizar. Foi-me apenas possível apurar os seguintes vencedores: Vitória de Sernache (1997/98); Teixosense (2000/01); Estação (2001/02) e Idanhense (2002/03). Realizou-se novamente a partir da época de 2022/23, mas desta vez entre o vencedor da 2.ª Divisão e o vencedor Taça de Honra da época anterior, tendo os seguintes vencedores: Académico do Fundão (2022/23) e Proença-a-Nova (2023/24). Mais uma vez, quem tiver alguma informação sobre vencedores desta prova pode contribuir.


    Torneio Inter-aldeias (1975 - 2017)

    Esta prova, apesar de amadora, quase que se pode considerar uma espécie de terceira divisão distrital, o Inter-aldeias é o mais histórico torneio amador de futebol do distrito, e nele participaram muitos clubes que mais tarde vieram a dar o salto para as competições federadas, nele competiram muitas equipas de pequenas aldeias e vilas da região, e também algumas de cidades, com maior incidência no concelho de Castelo Branco, zona onde o torneio se iniciou, e onde tiveram lugar a grande maioria das suas edições.

    Desde os anos '60 que se vinha a praticar futebol amador na região, e apesar de já existir um campeonato distrital, raras eram as equipas que se filiavam na competição, por vezes estas tinham muito poucos recursos financeiros, preferindo continuar nas provas não oficiais. Muitos eram os jogos amigáveis, torneios quadrangulares ou provas de maior dimensão, em que as equipas das localidades mais pequenas participavam com os jogadores da sua terra. Foi apenas a seguir ao 25 de Abril que se registaram oficialmente muitas das coletividades da região, algumas equipas já representavam a sua terra, mas não pertenciam a nenhuma associação legalizada. Para incrementar o desporto na região o estado, através da Direcção Geral de Desportos, e juntamente com as coletividades de Palvarinho e Juncal do Campo organizou um torneio popular de futebol, aberto a todos os que se quisessem inscrever, a prova decorreu em Castelo Branco e contou com uma grande adesão por parte das equipas locais, a maioria delas do concelho de Castelo Branco, esse torneio apesar de ter começado a ser organizado em 1975, apenas teve inicio no ano 1976, e a final realizou-se no Palvarinho, tendo Escalos de Cima como primeiro vencedor da competição. Os moldes desta prova consistiam numa fase de grupos, disputada em duas voltas, com os clubes a jogarem em casa e fora, e depois seguia para uma fase a eliminar, geralmente apenas o jogo da final tinha lugar na localidade que organizava e sediava a prova.

    Este torneio foi um grande passo para a afirmação do futebol na região, a prova continuou a realizar-se nas décadas seguintes, tornando-se uma referência do futebol amador. Como já foi referido anteriormente, o concelho de Castelo Branco era o grande centro da organização deste torneio, porém em alguns anos, a prova foi organizada noutros concelhos do distrito, e essas edições contavam naturalmente com mais equipas da zona em questão. A prova ter-se-á realizado todos os anos até 2004, entrando depois num hiato. Se nessa altura o próprio campeonato distrital já sofria com falta de equipas, então o inter-aldeias ainda mais, até porque nunca houve nenhuma entidade que se encarregasse de organizar a prova, porque todos os anos era um clube que voluntariamente se disponibilizava para realizar e sediar o torneio (normalmente o vencedor ficava com a responsabilidade de organizar o torneio no ano seguinte), com a quebra do associativismo local, fruto também da crise económica e da desertificação que se faz sentir no interior do país, esta prova deixou de se realizar.

    O inter-aldeias apenas ressurgiu excecionalmente no ano de 2007, e mais tarde por um curto período entre 2013 e 2017, em que novamente a falta de equipas voltou a inviabilizar a realização da prova nos seus moldes tradicionais. Pode consultar um pouco mais sobre a história desta competição nesta publicação, assim como as quatro últimas edições detalhadas do torneio.

    De realçar que, por se tratar de uma competição não oficial, torna-se muito mais difícil obter informações sobre as equipas participantes, organizadores da prova e os vencedores, sendo por isso muito importante o contributo de quem viveu esses torneios de perto, se tiver alguma informação ou memória sobre este torneio partilhe aqui nos comentários ou na caixa de mensagens que se encontra no lado direito da página, e ajude a enriquecer ainda mais a memória desta histórica competição.

    Lista de alguns dos clubes que organizaram e que venceram o Inter-aldeias:



    Campeonato de Futebol da FNAT (1953/54 - 1973/74) / INATEL (1976/77 - 1990/91) de Castelo Branco

    A FNAT (Fundação Nacional para Alegria no Trabalho) era um organismo a nível nacional criado pelo Estado Novo em 1935, responsável pela realização de várias atividades de tempos livres para ocupar os trabalhadores com actividades desportivas e de lazer. Só na década de 50 a Fnat disponibiliza aos seus filiados a prática de desportos em equipa onde se incluía o futebol.

    Foi no decorrer do ano de 1953 que começou a ser falada a organização do Campeonato de Futebol da Fnat, a delegação da Fnat do distrito de Castelo Branco estava sediada na Covilhã, por ser a localidade mais industrializada da região, que então contava com dezenas de fábricas a laborar (a maioria no ramo dos lanifícios) não só na cidade como também noutras localidades do concelho, sendo por isso a Covilhã o palco do 1.º Campeonato Corporativo da Fnat em Castelo Branco, que teve inicio em 1954. Nesta competição participavam não só, equipas de trabalhadores que competiam sob a designação de CAT (Centro de Alegria no Trabalho), mas também outras equipas de zonas residenciais que competiam com as designações de CRP (Centro de Recreio Popular) e CCD (Centro de Cultura e Desporto) e ainda equipas de Casas do Povo, que competiam com a designação CP. A primeira edição do campeonato foi ganha pelo CAT do Sindicato Nacional dos Profissionais de Lanifício de Unhais da Serra. O vencedor do campeonato da Fnat de Castelo Branco ficava qualificado para participar no campeonato nacional da Fnat, onde jogava contra os campeões dos outros distritos.

    O campeonato continuou a ser disputado nos anos seguintes, e a sua competitividade era semelhante (se não maior) à do campeonato distrital, que se disputava paralelamente mas com um menor número de equipas, no entanto em alguns casos, houveram equipas que "saltaram" do campeonato da Fnat para o distrital e vice-versa, dada a instabilidade de ambas as provas nos anos '60. As equipas que participavam neste campeonato eram todas do concelho da Covilhã, apenas na década de '60 começaram a aparecer equipas de outros concelhos do distrito, como as Casas do Povo de Belmonte e Alcains, a equipa da Viação de Sernache ou o Águias de S. Miguel da Sé (Castelo Branco). Com maior ou menor estabilidade este campeonato realizou-se até inícios da década de '70, até chegar ao ponto de ter apenas uma ou duas equipas em competição, acabando por deixar de se realizar, fruto também da crise económica e social da altura que afetava não só os trabalhadores como as colectividades em geral.

    Após o 25 de Abril a Fnat foi sucedida pela Fundação INATEL (Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres), e a competição voltou a realizar-se, mas só no inicio da década de '80 voltou a ganhar força, muitos clubes optaram pelo campeonato distrital que cresceu com a criação de uma 2.ª Divisão, no entanto o factor geográfico e económico levou a que algumas equipas ainda preferissem jogar no campeonato do Inatel, embora agora fosse menos competitivo. Continuavam a abundar as equipas do concelho da Covilhã, mas agora muito poucas eram de trabalhadores, com as casas do povo e outras associações recreativas e desportivas a marcar maior presença. O campeonato voltou a sofrer com o reduzido número de equipas e não se realizou nas temporadas de 1985/86 e 1986/87 por falta de concorrentes, nas épocas seguintes como a equipa do Estrela do Zêzere da Boidobra foi a única inscrita, acabou por participar no campeonato nacional do Inatel como representante de Castelo Branco, daí ser considerada campeã nesses anos, no entanto a prova deixou mesmo de se realizar definitivamente, e quem beneficiou disso foi campeonato distrital que na altura foi acolhendo algumas destas equipas.

    Lista dos campeões da Fnat/Inatel de Castelo Branco:


    Campeonato Distrital de Futsal (1992/93 - presente)

    O futebol de cinco ou futebol de salão (modalidades que se fundiram e deram origem ao futsal) já vinha sendo praticado na região com alguma regularidade desde a década de '70, eram poucos os pavilhões desportivos presentes no distrito, mas os que haviam já eram palcos de torneios, com maior incidência nos concelhos da Covilhã, Fundão e Castelo Branco, neste último onde a aldeia de Retaxo foi pioneira.

    Na década de '80 começaram a aparecer ringues polidesportivos um pouco por todas as localidades, que vieram a fomentar a prática da modalidade (que só anos mais tarde passou a ser oficialmente futsal), começaram então a ter lugar vários torneios locais. Este desporto começou a ganhar uma grande popularidade, e em finais dos anos '80 já os grandes clubes desportivos a nível nacionais apostavam no futebol de cinco, disputando taças entre si, sendo que a primeira competição oficial a ser criada foi a Taça Nacional de Futsal que teve início em 1990/91, então regulada pela Federação Portuguesa de Futebol, e que na temporada de 1992/93 deu origem ao atual Campeonato Nacional de Futsal.

    Começaram depois a aparecer por todo o país os campeonatos distritais de futebol de cinco, incluindo em Castelo Branco, com a primeira edição do campeonato distrital a realizar-se na época de 1992/93, na altura dividido em duas séries, a Zona Norte para as equipas da Cova da Beira (Belmonte Covilhã e Fundão) e a Zona Sul para as de Castelo Branco, tendo como primeiro campeão os covilhanenses do Grupo Desportivo da Mata. Na época seguinte o campeonato passou a ser disputado numa série única, formato que se manteve até à atualidade. O número de equipas foi aumentando de ano para ano, com a participação de clubes de vários concelhos do distrito, e com relativo sucesso Castelo Branco chegou a ter em simultâneo várias equipas em competição nas provas nacionais. Chegado o novo milénio, o número de equipas inscritas começou a diminuir, e a evolução do próprio desporto, que em 1995 tinha deixado de ser futebol de cinco para passar a ser futsal, fez com que a modalidade só pudesse ser praticada exclusivamente em pavilhões desportivos cobertos, levando a que várias equipas ficassem impossibilitadas de jogar nos polidesportivos das suas localidades, e tivessem de recorrer aos pavilhões das suas sedes de concelho.

    Desde então com maior ou menor número de participantes, o campeonato distrital tem-se realizado todos os anos, e já deu grandes equipas aos patamares nacionais, como por exemplo a Associação Desportiva do Fundão, que atualmente está entre as melhores equipas a nível nacional, ou a Associação Recreativa do Bairro da Boa Esperança, de Castelo Branco, que se encontra à várias décadas a competir nos patamares nacionais onde já é das mais antigas em competição, sendo ambas também uma referência regional na formação de jovens.

    Apesar desta competição ser relativamente recente, não é fácil ter acesso aos dados de todas as equipas que nele participaram, nomeadamente na década de '90. Se souber de alguma equipa ou tiver informações sobre as classificações, pode fazer-nos chegar esses dados para assim completar mais fidedignamente o registo dos participantes desta prova:

    Quadro dos clubes que foram campeões distritais de futsal de Castelo Branco:
     
     
    Taça de Honra
     
    A taça de honra de futsal terá começado pela mesma altura do campeonato distrital, e tal como acontecia na taça de honra de futebol, a prova estava aberta a todas as equipas que nela se quisessem inscrever, não somente ás equipas do campeonato distrital mas também ás equipas da AFCB que disputavam as provas nacionais. Alguns anos depois, e à semelhança do que aconteceu no futebol, a prova passou a ser disputada somente por todas as equipas inscritas no campeonato distrital. Atualmente a competição tem o nome de “Taça de Honra Carlos Ranito Xistra”, em homenagem a um ex-dirigente desportivo (pai do conhecido arbitro Carlos Xistra) que fez parte dos órgãos sociais do Sporting da Covilhã e da Associação de Futebol de Castelo Branco, da qual chegou a ser vice-presidente.
     
    Apesar de não ser uma competição muita antiga, desconhecem-se alguns dos seus vencedores, havendo apenas um registo mais detalhado dos últimos quinze anos da prova, pelo que não me foi possível apurar todos os vencedores, sendo assim conto com a ajuda de todos os queiram contribuir com informações sobre equipas que tenham vencido esta prova, para assim podermos divulgar o máximo de informações possíveis sobre os vencedores deste troféu. 
     

    Taça de Honra para clubes nas provas nacionais
     
    Prova também ela semelhante aquela que se disputa em futebol, esta taça serve como torneio de pré-época para as equipas filiadas na AFCB que se encontram a disputar os campeonatos nacionais, A competição é de criação recente tendo-se realizado pela primeira vez na época de 2018/19, não se realizou em 2020/21 devido à pandemia, e teve como vencedores: Fundão (2018/19); Bairro da Boa Esperança (2019/20); na época de 2021/22 a taça teve duas edições diferentes, uma para as equipas da I.ª e II.ª Divisões Nacionais, onde ganhou o Fundão, e outra para as equipas da III.ª Divisão, onde ganhou o GD Mata/AAUBI.


    Campeonato Distrital de Futsal Feminino (1997/98 - presente) 

    Antes do campeonato distrital de futsal feminino ter começado oficialmente, já a prática desta modalidade vinha tendo lugar desde a década de '80, com o crescimento do futebol de cinco na região, começaram-se a realizar também jogos amigáveis entre equipas compostas inteiramente por jogadores do sexo feminino, apesar de ocorrerem com muito menos regularidade do que os jogos de futsal masculino. Ao longo dos anos muitas foram as coletividades que apostaram no futsal feminino, fenómeno que aconteceu tanto nas pequenas aldeias como em clubes de meios maiores, foram aparecendo equipas amadoras um pouco por todo o distrito, e o futsal começou a cativar cada vez mais as jovens da região para a prática da modalidade, que apenas na temporada de 1997/98 teria a sua primeira edição de uma competição federada na região, com o campeonato organizado pela Associação de Futebol de Castelo Branco.

    A primeira edição do campeonato teve uma grande adesão das equipas da região, até porque a maioria delas já praticava a modalidade de forma amadora em torneios, muitas vezes jogando contra as equipas masculinas. Os clubes que participaram na primeira edição do distrital de futsal feminino foram: Associação Desportiva de Belmonte; Teixosense; Alcaria; Silvares; Unidos do Tortosendo; Estrela do Zêzere da Boidobra e Donas. Com evidente predominância das equipas da zona norte do distrito. Esta competição teve a particularidade de a certa altura ter sido dominada pela equipa da Boidobra, que chegou a ser octocampeã, isto porque as equipas que se sagram campeãs distritais não sobem directamente para uma divisão nacional (ao contrário do que acontece no futsal masculino), em vez disso disputavam a Taça Nacional de Futsal Feminino (não confundir com a Taça de Portugal), que se realiza no final de cada época entre as equipas campeãs distritais, competição na qual a Boidobra obteve grandes resultados, tendo chegado a ser vice-campeã nacional por três ocasiões. Só muito mais tarde se deu a criação do Campeonato Nacional de Futsal Feminino na época de 2013/14, que se estabeleceu como uma 1.ª Divisão Nacional, para onde passaram a subir apenas as equipas finalistas da Taça Nacional de Futsal Feminino, que até então era a única competição existente.
     
    Em 2020/21 arrancou a 2.ª Divisão Nacional de Futsal Feminino, num movimento impulsionado pelo Grupo Desportivo de Valverde e que teve uma grande adesão por muitos clubes a nível nacional, o que levou a Federação Portuguesa de Futebol a equacionar a hipótese e a criar esse escalão, que assim permite que as equipas que descem da 1.ª Divisão Nacional não vão parar directamente aos distritais, e tenham a 2.ª Divisão Nacional como patamar intermédio, no entanto as equipas que se sagram campeãs distritais continuam a ter de disputar a Taça Nacional de Futsal Feminino para garantir um lugar na 2.ª Divisão Nacional.

    O campeonato distrital atravessou fases em que teve muito poucas equipas inscritas, levando a que fossem criadas mais competições para alongar a época desportiva, a par do campeonato e da taça da AFCB tiveram também lugar o torneio inicio e o torneio encerramento. Há ainda que destacar a recente presença da equipa do Grupo Desportivo de Valverde na 1.ª Divisão Nacional, um feito inédito para uma equipa da região, de um clube que nos últimos anos tem dominado também a sua categoria nesta modalidade a nível distrital. 
     
    A partir da época de 2021/22  as equipas de futsal feminino passaram a competir num campeonato interdistrital que engloba as equipas da Associação de Futebol de Castelo Branco e da Associação de Futebol de Santarém, um projecto que visa criar mais competitividade nesta categoria face ao reduzido número de equipas inscritas nos campeonatos de ambas associações, que assim disputam uma prova conjunta entre si. Apesar de se tratar de um campeonato conjunto, o titulo de campeão distrital de Castelo Branco continua ainda a ser atribuído à equipa da AFCB que ficar melhor classificada.

    Quadro dos clubes que foram campeões distritais de futsal feminino de Castelo Branco:
     
     

    Títulos Nacionais de Equipas do Distrito de Castelo Branco 

    Ao longo das décadas muitas foram as equipas da Associação de Futebol de Castelo Branco que estiveram presentes em competições nacionais, ao nível do futebol profissional (Primeira e Segunda Liga) destaca-se a passagem do Sporting da Covilhã pela Primeira Divisão na década de '50, inícios da década de '60 e um curto período nos anos '80, tendo um 5.º lugar em 1955/56 como a sua melhor classificação de sempre e ainda a presença na final da Taça de Portugal na época seguinte. Seguiram-se depois vários anos a competir entre os escalões nacionais inferiores e a Segunda Liga, nesta última onde esteve em competição durante quinze épocas consecutivas. Destacando-se ainda com a conquista de seis campeonatos da II.ª Divisão Nacional

    Houve ainda a presença do Benfica e Castelo Branco na Segunda Liga, quando esta competição começou a ser disputada no principio da década de '90, tendo um 5.º lugar em 1990/91 como a sua melhor classificação, numa época em que chegou a lutar pela subida à Primeira Liga. A equipa regista ainda a conquista de quatro campeonatos da III.ª Divisão Nacional.

    Nos escalões inferiores ás competições profissionais, houveram também campanhas em destaque de outras equipas sem ser as mencionados acima, casos do Sertanense, que está há cerca de trinta anos a competir ininterruptamente nos patamares nacionais (apenas com uma descida de uma época aos distritais), e que já conquistou um titulo da III.ª Divisão, tendo participado muitas vezes nos últimos anos na fase de subida à Segunda Liga. O Alcains foi também uma referência da região nos nacionais durante as décadas de ´80, ´90 e inícios dos anos 2000, e que conquistou um titulo da III.ª Divisão, a sua melhor classificação de sempre foi um 5.º lugar na então II.ª Divisão B em 1995/96.

    No que diz respeito ao futsal, ainda a modalidade era chamada de futebol de cinco e já uma equipa da cidade da Covilhã (o Grupo Desportivo da Mata) andava pela Primeira Divisão Nacional, onde permaneceu durante algumas temporadas até ao final dos anos '90, tendo um 6.º lugar na época de 1995/96 como a sua melhor classificação. Só alguns anos mais tarde é que a nossa região voltaria a ter um clube no principal campeonato da modalidade, com o Fundão a meio dos anos 2000 a subir à Primeira Divisão, após longos anos de competição a equipa acabou por conseguir o estatuto de ser uma das principais equipas de futsal do país, tendo na temporada de 2013/14 conquistado a Taça de Portugal e se sagrado vice-campeã nacional, contando ainda com vários terceiros lugares ao longo das épocas e duas finais da Taça da Liga

    Em patamares inferiores, destaque para a equipa do Bairro da Boa Esperança, de Castelo Branco, que está há cerca de trinta anos a competir nas provas nacionais, (feito que a nível nacional apenas é superado pelo Sporting), tendo a conquista de dois títulos da III.ª Divisão no seu palmarés. Houve ainda a conquista da II.ª Divisão Nacional pela equipa do Ladoeiro, que a par do Retaxo são também equipas competitivas do nosso distrito que se encontram à alguns anos a disputar as provas nacionais e que têm um grande passado nestes patamares.

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